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A União Europeia (UE) afirmou nesta quarta-feira que a retirada “incondicional” das forças de Vladimir Putin de todo o território ucraniano é uma das principais condições para reconsiderar ou suspender as sanções impostas à Rússia, segundo declarou uma porta-voz do bloco comunitário.
“A retirada incondicional das forças militares russas de todo o território da Ucrânia seria uma das principais pré-condições para alterar ou suspender as sanções”, afirmou a porta-voz, referindo-se à política do bloco em relação à guerra iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa da Ucrânia.
Além disso, a UE reiterou sua exigência de “o fim da agressão russa injustificada e não provocada” contra a Ucrânia, e reafirmou seu apoio a Kiev frente à ofensiva de Moscou. Desde o início do conflito, a UE adotou 16 pacotes de sanções econômicas contra a Rússia.
Entre as medidas adotadas, o bloco congelou ativos do Estado russo no valor estimado de 235 bilhões de euros (mais de 250 bilhões de dólares). Os juros gerados por esses fundos são destinados a apoiar as capacidades de defesa ucranianas, variando entre 2,5 e 3 bilhões de euros anuais.
A porta-voz da UE indicou também que Bruxelas “toma nota” dos contatos recentes entre Rússia e Estados Unidos, assim como entre Ucrânia e Washington, que ocorreram na Arábia Saudita. “A Rússia agora deve demonstrar uma verdadeira vontade política de pôr fim à sua guerra de agressão ilegal”, acrescentou.
O bloco europeu garantiu que continuará a “maximizar a pressão sobre a Rússia, utilizando todas as ferramentas disponíveis, incluindo as sanções, para diminuir sua capacidade de travar sua guerra contra a Ucrânia”.
Em relação aos posicionamentos do presidente russo, Vladimir Putin, a porta-voz observou que, embora ele afirme buscar uma paz duradoura, “a Rússia continua causando mais morte e destruição todos os dias, através de seus ataques aéreos sistemáticos contra os civis e a infraestrutura civil da Ucrânia”.
Acordo condicionado
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que alcançaram acordos separados com a Ucrânia e a Rússia para reduzir as tensões no Mar Negro e estabelecer uma proibição de ataques contra instalações energéticas. No entanto, o Kremlin esclareceu que esses compromissos só entrarão em vigor se forem suspensas as sanções ocidentais contra seu setor agrícola.
A Casa Branca detalhou em dois comunicados que os contatos com Moscou e Kiev ocorreram entre 23 e 25 de março em Riad, Arábia Saudita. Neles, Washington garantiu ter acordado com ambas as partes garantir a navegação segura no Mar Negro, evitar o uso de navios comerciais para fins militares e eliminar o uso da força nessa área estratégica.
O Kremlin comunicou que a Rússia e os Estados Unidos concordaram que a trégua energética de 30 dias se aplique a oleodutos, usinas de energia e refinarias. “As infraestruturas sensíveis, como as usinas nucleares e as represas, também serão protegidas sob este acordo preliminar”, precisou Moscou.
Segundo um comunicado da presidência russa, a lista de instalações afetadas foi “acordada entre Moscou e Washington”. Entre as infraestruturas também figuram as usinas nucleares e as represas hidrelétricas, infraestruturas especialmente sensíveis, que Kiev e Moscou se acusaram repetidamente de atacar nos últimos três anos.
Após o anúncio de Washington, a Rússia advertiu que não aplicará o acordo sem garantias concretas. O Kremlin exige a suspensão das sanções que pesam sobre seu comércio de grãos e fertilizantes, incluindo a reconexão ao sistema SWIFT do banco agrícola Rosseljozbank e o desbloqueio de serviços portuários para navios mercantes russos.
