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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que a decisão sobre uma possível desescalada comercial com a China agora depende de Pequim, ao mesmo tempo em que anunciou uma nova rodada de medidas tarifárias, incluindo um iminente imposto sobre produtos farmacêuticos e maiores impostos sobre as importações de baixo valor provenientes do país asiático.
“A China quer fazer um acordo, desesperadamente, mas não sabe como começar”, afirmou Trump durante um jantar de arrecadação de fundos do Comitê Nacional Republicano do Congresso (NRCC, na sigla em inglês). No mesmo evento, ele disse que vários países estão “morrendo para fechar um acordo” com Washington. “Eu digo a eles, esses países estão nos ligando para beijar minha bunda”, acrescentou.
Horas antes, o presidente assinou uma ordem executiva que permitirá a aplicação de tarifas significativamente mais altas sobre importações chinesas de baixo valor a partir do próximo mês. Ele também antecipou uma nova tarifa sobre produtos farmacêuticos, cujo anúncio oficial, disse, será feito “muito em breve”.
Paralelamente, o governo canadense comunicou que suas próprias tarifas sobre determinados veículos importados dos Estados Unidos entrarão em vigor nesta quarta-feira, em uma resposta direta ao recrudescimento da política comercial de Trump.
Os anúncios ocorrem em meio a um novo pico na guerra comercial entre Washington e Pequim, já que Trump confirmou na terça-feira que os Estados Unidos continuarão com tarifas de mais de 104% sobre bens chineses, depois que o governo chinês se recusou a retirar suas represálias.
Desde seu retorno à Casa Branca, o presidente aplicou medidas progressivas, começando com um adicional de 34%, ao qual somou outros 50% nesta semana.
Trump defendeu sua estratégia ao assegurar que o país está arrecadando “quase 2 bilhões de dólares por dia” em receitas de tarifas. O presidente alega que essa política permitirá reativar a indústria manufatureira americana, obrigando as empresas a se realocarem dentro do país.
“Acordos sob medida”
Na terça-feira, Trump também afirmou que sua administração está utilizando as tarifas como ferramenta de pressão para negociar “acordos sob medida” com seus principais parceiros comerciais, em meio a uma escalada de tensões globais provocada por suas políticas tarifárias unilaterais.
“Estamos indo muito bem e eu os chamo de acordos sob medida, não à la carte, são acordos sob medida, muito sob medida”, declarou Trump durante um evento focado na política energética do país. Ele acrescentou que delegações do Japão, da Coreia do Sul e de outros países estão viajando a Washington “para chegar a um acordo”.
Da Casa Branca, a secretária de imprensa Karoline Leavitt explicou que as tarifas não constituem um fim em si mesmas, mas um mecanismo de pressão para conseguir melhores condições nos acordos comerciais.
“Tragam suas melhores ofertas e ele as ouvirá”, assegurou, em referência ao presidente. Ela também assinalou que a recente visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, devia ser considerada como um “modelo” dessas novas dinâmicas de negociação.
Por sua vez, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou sua preocupação com a escalada do conflito comercial e advertiu sobre seu impacto global. “Em uma guerra comercial, todos tendem a perder”, disse a jornalistas em Nova York.
Guterres enfatizou que os países em desenvolvimento serão os mais afetados, ao considerar que os efeitos dessas políticas “serão mais devastadores” nas economias mais vulneráveis.
(Com informações de AFP e EFE)
