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Um estudante palestino da Universidade de Columbia foi detido por agentes de imigração dos Estados Unidos enquanto comparecia a uma entrevista para solicitar cidadania americana em Vermont. Mohsen Mahdawi, oriundo da Cisjordânia, é acusado de liderar protestos anti-Israel no campus e de promover retórica considerada antissemita, segundo fontes do Departamento de Estado citadas ao jornal jornal New York Post.
As autoridades afirmam que Mahdawi teve um papel ativo nas manifestações estudantis do segundo semestre de 2024, chegando a incentivar, segundo a denúncia, que manifestantes pressionassem fisicamente um grupo de alunos pró-Israel. Vídeos e postagens em redes sociais também mostram Mahdawi gritando palavras de ordem por meio de um megafone contra apoiadores de Israel e chamando soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) de “terroristas”.
Durante uma reportagem do programa 60 Minutes, da CBS, em dezembro de 2023, Mahdawi apareceu discursando diante de uma faixa com os dizeres “Por todos os meios necessários”. Na mesma entrevista, ele afirmou “empatizar” com os ataques de 7 de outubro de 2023 cometidos pelo grupo Hamas contra Israel, que deixaram cerca de 1.200 mortos, e classificou a resposta militar israelense como “genocídio”.
“Eu não disse que justifico o que o Hamas fez, disse que posso empatizar. Empatizar é entender a causa raiz e não analisar um evento isoladamente”, declarou.
Mahdawi era co-presidente do grupo Columbia Students for Justice in Palestine (SJP), suspenso pela universidade em novembro de 2023 por violar políticas internas sobre protestos. O grupo chegou a chamar os ataques do Hamas de “um momento histórico sem precedentes para os palestinos em Gaza”.
No mês passado, famílias de reféns israelenses ainda mantidos pelo Hamas entraram com uma ação judicial acusando o SJP de ter conhecimento prévio dos ataques, chegando a classificar a organização como um “braço de propaganda do Hamas nos EUA”.
Imagens divulgadas nesta segunda-feira (15) nas redes sociais mostram Mahdawi sendo escoltado por agentes federais com as mãos algemadas, sendo colocado em um veículo descaracterizado.
Em entrevista ao site The Intercept, Mahdawi afirmou que sua prisão é “como uma sentença de morte”. Sua advogada, Luna Droubi, classificou a detenção como “ilegal” e afirmou que o único motivo seria “sua identidade palestina”.
“Ele veio para este país esperando ter liberdade para denunciar as atrocidades que presenciou, apenas para ser punido por exercer esse direito”, disse a advogada.
Mahdawi também estaria associado a Mahmoud Khalil, outro estudante detido após protestos anti-Israel em Columbia. Segundo The Intercept, Mahdawi chegou a se esconder temendo ser alvo da política migratória do governo Trump e pediu ajuda à universidade para encontrar abrigo.
