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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta sexta-feira que o governo de Donald Trump poderá pôr fim aos seus esforços diplomáticos para alcançar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia caso não sejam registrados avanços concretos nos próximos dias.
“Estamos chegando ao ponto de ter que decidir se isso é sequer possível”, declarou Rubio à imprensa após um dia de intensas negociações em Paris com representantes da Ucrânia e da União Europeia. Segundo o funcionário, as conversas foram construtivas e permitiram esboçar um roteiro inicial, embora ainda não exista uma base firme para um cessar-fogo.
Rubio advertiu que, após semanas de contatos diplomáticos, o governo americano pretende tomar uma decisão “em questão de dias” sobre se continua ou não com a via de diálogo. “Queremos saber logo se isso é viável nas próximas semanas ou se temos que passar para outra fase”, acrescentou.
O secretário de Estado americano adiantou que se espera uma nova reunião com o mesmo formato em Londres, que poderá ser realizada no início da próxima semana, e não descartou sua participação nesse encontro. Fontes diplomáticas francesas confirmaram que a convocação já está em preparação.
As declarações ocorrem após semanas de esforços do governo de Donald Trump para mediar um cessar-fogo entre Moscou e Kiev, sem conseguir que os combates cessem. “Queremos decidir em questão de dias se isso é factível nas próximas semanas”, acrescentou Rubio, que lidera as gestões diplomáticas junto ao enviado presidencial Steve Witkoff.
“Se não for possível, temos que passar para outra coisa”, disse Rubio. “Os Estados Unidos têm outras prioridades”, acrescentou no aeroporto Le Bourget, antes de deixar Paris. “À parte, estaremos prontos para ajudar quando vocês estiverem prontos para a paz, mas não vamos continuar este esforço durante semanas e meses”, advertiu Rubio.
A França organizou na quinta-feira as conversas de alto nível, as primeiras desse tipo desde a posse de Trump, em um contexto de crescente preocupação na Europa pela aparente disposição do presidente americano em se aproximar da Rússia.
A reunião contou com a participação de funcionários americanos, ucranianos e europeus, e se concentrou na segurança da Ucrânia e na busca de uma saída política para a guerra.
Rubio explicou que Witkoff teve três encontros com o presidente russo, Vladimir Putin, como parte do processo negociador, e que várias rodadas anteriores foram realizadas na Arábia Saudita. Apesar disso, Moscou se negou a aceitar um cessar-fogo integral, uma das condições que Trump impulsiona e que a Ucrânia apoia.
A Rússia condicionou sua aceitação de um cessar de hostilidades a que a Ucrânia interrompa sua mobilização militar e que o Ocidente suspenda os envios de armamento. Essas exigências foram rejeitadas pelo governo ucraniano, que considera indispensável manter o apoio militar para garantir sua defesa frente à invasão iniciada por Moscou em 2022.
França impulsionou a convergência diplomática em Paris
A reunião em Paris entre representantes dos Estados Unidos, da Ucrânia e de países europeus marcou uma tentativa de revitalizar os esforços de paz no conflito russo-ucraniano, em um contexto de crescente fricção transatlântica e acusações cruzadas entre os principais atores do processo.
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, qualificou o encontro como um momento chave de “convergência”, ao assinalar que “hoje em Paris, os Estados Unidos, a Ucrânia e os europeus se reuniram pela primeira vez” com o objetivo de alcançar uma “paz justa e duradoura”.
Segundo Barrot, a reunião representa uma “importante oportunidade” para alinhar posturas e consolidar um compromisso conjunto rumo a uma resolução “sólida e sustentável”.
Além disso, reafirmou a vontade da Europa de colaborar estreitamente com os Estados Unidos na gestão do conflito e na construção de um possível cenário de paz na Ucrânia.
Segundo diplomatas presentes, a reunião em Paris buscou traçar um marco comum que permita avançar rumo a um eventual cessar de hostilidades, embora persistam importantes diferenças estratégicas.
(Com informações de AP, AFP e EFE)
