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As Forças de Defesa de Israel (FDI) efetuaram uma série de bombardeios durante a madrugada desta sexta-feira (2) nas proximidades do Palácio Presidencial em Damasco, na Síria. A ação israelense é uma resposta ao aumento da violência sectária contra a comunidade drusa no país.
“Esta é uma mensagem clara ao regime sírio: não permitiremos o envio de forças ao sul de Damasco nem qualquer ameaça à comunidade drusa”, declararam as autoridades israelenses em um comunicado oficial.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, reforçaram a mensagem, afirmando: “Não permitiremos que as tropas sírias avancem ao sul de Damasco nem qualquer ameaça à comunidade drusa”.
O ataque ocorre em um momento de escalada da violência sectária na Síria, que já deixou ao menos 102 mortos, a maioria pertencente à comunidade drusa. Os confrontos expõem as profundas tensões internas no país, que enfrenta uma disputa de poder entre diversas facções. Algumas dessas facções têm recorrido à violência contra minorias religiosas, como os drusos, uma seita que habita principalmente o sul da Síria.
O líder espiritual dos drusos sírios, Sheikh Hikmat al-Hijri, classificou a onda de violência como uma “campanha genocida injustificável” contra sua comunidade. Em sua declaração, al-Hijri fez um apelo à intervenção de forças internacionais para garantir a segurança dos drusos no país.
“Exigimos que as forças internacionais mantenham a paz e detenham a continuação desses crimes”, declarou al-Hijri, que também criticou as autoridades sírias por não terem protegido adequadamente sua comunidade.
Os confrontos tiveram início após um incidente relacionado à circulação de um áudio considerado blasfemo por alguns setores da população, o que desencadeou distúrbios em localidades próximas a Damasco.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os combates resultaram na morte de pelo menos 40 combatentes drusos em uma emboscada na estrada que liga Sweida à capital síria.
Diante da grave situação, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, advertiu que, caso as autoridades sírias não tomassem medidas para proteger a população drusa, Israel responderia com “força significativa”.
Israel tem reiterado seu apoio aos drusos na Síria, um grupo que habita principalmente as Colinas de Golã, uma região de importância estratégica disputada entre os dois países. A postura de Israel reflete a crescente influência de grupos radicais na Síria, que, segundo as autoridades israelenses, representam uma ameaça à estabilidade regional.
Israel tem se mostrado disposto a intervir se considerar que a segurança dos drusos está em perigo, especialmente após o colapso do regime de Bashar al-Assad no final de 2023.
Por outro lado, o governo sírio, agora controlado por facções islamistas radicais, tem tentado acalmar a situação por meio de acordos temporários de cessar-fogo. Em áreas como Jaramana e Sahnaya, próximas a Damasco, foram alcançadas breves pausas nos combates. No entanto, muitos na comunidade drusa, incluindo al-Hijri, expressaram desconfiança em relação às autoridades sírias, acusando-as de não fazer o suficiente para deter as agressões contra sua população.
“Um governo que recorre a milícias extremistas para atacar seu próprio povo não é digno de confiança”, afirmou al-Hijri.
Ao longo dos últimos meses, o conflito na Síria tem revelado uma crescente fragmentação do país, onde as lutas internas entre diferentes grupos resultaram em milhares de mortes, incluindo mais de 1.700 pessoas em março, principalmente da comunidade alauíta, em uma série de ataques na região costeira.
O ministro de Relações Exteriores da Síria, Asaad al-Shaibani, defendeu a unidade nacional como o pilar para a estabilidade futura, rejeitando qualquer forma de intervenção estrangeira. “A unidade do país é essencial para qualquer processo de reconstrução”, afirmou. No entanto, muitos analistas internacionais, juntamente com os drusos, argumentam que a intervenção externa é necessária diante da incapacidade do governo sírio de proteger adequadamente seus cidadãos.
Israel, por sua vez, deixou claro que continuará monitorando a situação de perto e agirá em defesa da comunidade drusa, se necessário.
(Com informações da AFP e EFE)
