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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu neste domingo uma resposta aos houthis do Iêmen e aos seus apoiadores iranianos, após os rebeldes atacarem a área do principal aeroporto do país, ferindo seis pessoas e forçando várias companhias aéreas importantes a suspenderem seus voos.
O ataque ocorreu poucas horas antes de o Exército israelense confirmar a convocação de “dezenas de milhares” de reservistas para ampliar a guerra de 19 meses contra os militantes do Hamas na Faixa de Gaza.
Segundo os militares, o ataque — que abriu uma enorme cratera no perímetro do aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv — foi lançado a partir do Iêmen, apesar de “várias tentativas de interceptação do míssil”.
Em um vídeo publicado no Telegram, Netanyahu afirmou que Israel já havia “agido contra” os rebeldes apoiados pelo Irã no passado e “voltará a agir no futuro”.
“Não será de uma só vez, mas haverá muitas explosões”, declarou, sem dar mais detalhes. Mais tarde, ele acrescentou que Israel também responderá ao regime iraniano “no momento e lugar que escolhermos”.
“O presidente (dos EUA, Donald) Trump está absolutamente certo! Os ataques dos houthis vêm do Irã. Israel responderá ao ataque houthi contra nosso principal aeroporto e, no momento e local que escolhermos, aos seus mestres terroristas iranianos”, escreveu Netanyahu na rede X (antigo Twitter), onde compartilhou uma captura de tela de uma mensagem publicada por Trump em março de 2025.
Imagens divulgadas pela polícia mostram agentes ao lado de uma cratera profunda, com a torre de controle do aeroporto visível ao fundo. Segundo as autoridades, não houve danos à infraestrutura do aeroporto.
A polícia confirmou o “impacto de um míssil” na principal porta de entrada internacional de Israel.
Um fotógrafo da AFP relatou que o projétil caiu próximo ao estacionamento da Terminal 3, a maior do aeroporto. A cratera estava a apenas algumas centenas de metros da pista.
“Vocês podem ver a área bem atrás de nós: aqui se formou uma cratera de várias dezenas de metros de largura e profundidade”, disse o chefe de polícia da região central de Israel, Yair Hezroni, no vídeo.
“Esta é a primeira vez” que um míssil atinge diretamente o perímetro do aeroporto, afirmou um porta-voz militar israelense à AFP.
Os houthis, que dizem agir em apoio aos palestinos em Gaza, reivindicaram a autoria do ataque.
Segundo os rebeldes, suas forças realizaram “uma operação militar contra o aeroporto Ben Gurion” com um “míssil balístico hipersônico”.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, prometeu uma resposta dura, dizendo: “A quem nos atacar, responderemos com sete vezes mais força”.
Os grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica celebraram posteriormente o ataque ao aeroporto.
O serviço de emergência Magen David Adom informou que pelo menos seis pessoas foram atendidas com ferimentos leves a moderados.
Um jornalista da AFP que estava no aeroporto no momento do ataque relatou ter ouvido uma “forte explosão” por volta das 9h35 (hora local), acrescentando que a “reverberação foi muito intensa”.
“Os seguranças imediatamente orientaram centenas de passageiros a procurarem abrigo, alguns em bunkers”, relatou o jornalista da AFP.
Muitos passageiros agora aguardam o embarque de seus voos, enquanto outros tentam encontrar alternativas.
Um voo da Air India que chegava a Israel foi desviado para Abu Dhabi, informou um funcionário do aeroporto à AFP.
A companhia foi uma das que suspendeu os voos para Tel Aviv até terça-feira, ao lado da italiana ITA Airways e do grupo alemão Lufthansa — que inclui Austrian Airlines, Eurowings e SWISS. A Air France também cancelou seus voos deste domingo.
Um passageiro relatou que o ataque, ocorrido pouco após sirenes antiaéreas soarem em algumas regiões de Israel, gerou “pânico”.
“É loucura dizer isso, mas desde 7 de outubro estamos acostumados”, disse um homem de 50 anos, que preferiu não se identificar, referindo-se ao ataque do Hamas em 2023 que desencadeou a guerra em Gaza.
Um funcionário de uma companhia aérea comentou: “Hoje foi um dia muito difícil”.
“Trabalho no aeroporto há vários anos, mas até eu fiquei com medo hoje”, afirmou à AFP.
Os voos foram retomados após uma breve interrupção, e a autoridade de aviação informou que o aeroporto Ben Gurion está “aberto e operacional”.
O gabinete de segurança de Israel vai se reunir neste domingo, informou uma autoridade do governo, antes de o chefe das Forças de Defesa de Israel, tenente-general Eyal Zamir, confirmar os relatos da imprensa sobre a ampliação planejada da ofensiva em Gaza.
“Esta semana emitiremos dezenas de milhares de ordens de convocação aos nossos reservistas para intensificar e expandir nossa operação em Gaza”, declarou Zamir em comunicado, acrescentando que o Exército destruirá toda a infraestrutura do Hamas, “tanto na superfície quanto no subsolo”.
A rádio pública de Israel também havia informado que o gabinete de segurança se reuniria para discutir a ampliação da ofensiva.
Os houthis, que controlam partes do Iêmen, têm lançado mísseis e drones contra Israel e embarcações no Mar Vermelho desde o início da guerra em Gaza.
Israel retomou suas principais operações militares em Gaza em 18 de março, após um impasse sobre como avançar com um cessar-fogo de dois meses que havia reduzido significativamente o conflito.
(Com informações da AFP)
