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O grupo terrorista Hamas descartou qualquer nova tentativa de negociação com Israel para um acordo de cessar-fogo, ao mesmo tempo em que instou a comunidade internacional a deter a “guerra da fome”, um dia após o anúncio israelense de um plano de “conquista” do território palestino.
“Não faz sentido iniciar conversas nem considerar novas propostas de cessar-fogo enquanto continuar a guerra de fome e a guerra de extermínio na Faixa de Gaza”, disse o alto funcionário Basem Naim à agência AFP, que instou a comunidade internacional a pressionar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que ponha fim às suas operações no enclave.
As declarações ocorreram depois que um alto funcionário de defesa israelense advertiu sobre uma iminente operação militar em grande escala caso não se alcance um novo acordo antes da visita do presidente americano Donald Trump ao Oriente Médio na próxima semana.
“As Forças de Defesa de Israel (FDI) têm previsto lançar uma ampla ofensiva terrestre sobre a Faixa de Gaza”, indicou o funcionário israelense. Além disso, sublinhou que existe uma janela de oportunidade limitada para concretizar um novo cessar-fogo que permita a libertação dos 59 reféns ainda cativos pelo Hamas.
O gabinete de segurança de Israel aprovou no domingo à noite um plano que contempla a expansão significativa das operações militares, incluindo a conquista do território, sua retenção posterior e o deslocamento da população civil palestina para o sul do enclave. Além disso, o plano contempla ações destinadas a evitar que o Hamas mantenha o controle sobre os suprimentos de ajuda humanitária.
A estratégia começará com o controle militar de uma zona específica, ainda não revelada, antes de estender-se a outras regiões de Gaza. Esta fase inicial estará acompanhada pelo deslocamento de civis para o sul do enclave, enquanto as forças israelenses avançam em suas operações contra as infraestruturas militares e a liderança do Hamas.
“O objetivo é impedir que o Hamas siga controlando o território e manejar de forma direta as necessidades de segurança e ajuda humanitária”, declarou um alto funcionário israelense. O plano também contempla evitar que a organização utilize a ajuda internacional em benefício de seus combatentes, o que tem sido uma preocupação recorrente para o governo israelense.
Israel suspendeu o ingresso de assistência a Gaza em 2 de março, após a finalização da primeira fase do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns. Este período de dois meses representa o lapso mais prolongado sem entrada de ajuda humanitária ao território desde o início do conflito, desencadeado pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
As autoridades israelenses argumentam que durante o cessar-fogo foi introduzida em Gaza uma quantidade suficiente de ajuda para que a população possa resistir temporariamente, com o objetivo de aumentar a pressão sobre o Hamas para lograr a devolução dos reféns. No entanto, dados e testemunhos procedentes do enclave palestino assinalam uma deterioração grave da situação alimentar e um incremento nas taxas de desnutrição.
Um funcionário israelense citado pelo The Times of Israel advertiu que as FDI dispõem de apenas algumas semanas antes que se desencadeie uma grande crise humanitária no território. Enquanto isso, Israel explora mecanismos para retomar o envio de ajuda sem que esta seja interceptada pelo Hamas ou seus aliados, que poderiam estar utilizando a crise para fortalecer suas capacidades militares.
