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Cerca de 12 mil pintinhos ficaram presos dentro de um caminhão do Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) no estado de Delaware, em um caso que mobilizou entidades de bem-estar animal e agências do governo local. Segundo a Associated Press (AP), os animais ficaram trancados por três dias, sem acesso a comida ou água, o que resultou na morte de milhares deles.
De acordo com o USPS, a situação foi provocada por uma falha no processo de entrega. “Estamos conduzindo investigações para esclarecer o que ocorreu”, informou a empresa em nota enviada por e-mail.
Mais de dois mil pintinhos conseguiram sobreviver e foram levados ao abrigo First State Animal Center and SPCA (FSAC), com apoio do Departamento de Agricultura de Delaware (DDA). Os animais passaram a receber cuidados intensivos, mas a escassez de recursos tornou o trabalho do abrigo uma operação de emergência, com funcionários atuando em tempo integral para garantir o bem-estar das aves.
A situação revelou falhas graves na cadeia de distribuição de animais vivos e gerou alertas tanto em relação ao bem-estar animal quanto aos desafios logísticos do transporte. O DDA afirmou que o resgate conjunto demonstrou o compromisso do estado com a causa animal, destacando a rápida mobilização que permitiu o transporte imediato dos sobreviventes ao FSAC para recuperação.
Contudo, tanto o abrigo quanto o governo reconhecem um desafio persistente: garantir recursos para manter os cuidados com os animais restantes.
O resgate começou em 2 de maio, após o Centro de Distribuição Postal de Delaware notificar o DDA. A carga, proveniente da incubadora Freedom Ranger Hatchery, da Pensilvânia, seria distribuída para diferentes partes dos Estados Unidos. Quando os pintinhos, junto a perus, gansos e codornas, chegaram ao FSAC, estimava-se que cerca de 4 mil aves já haviam morrido devido às condições extremas.
A parceria entre o DDA e o FSAC continua ativa com o objetivo de reabilitar e, futuramente, realocar os animais. O governo estadual reforçou que esse esforço conjunto destaca a importância de parcerias e da participação pública no combate ao abuso animal e na promoção de práticas éticas.
Desde que o abrigo começou a oferecer os animais para adoção, surgiram propostas de pessoas interessadas em usá-los para produção de carne — todas rejeitadas. O FSAC é um abrigo com política de não eutanásia, e o foco da adoção está em encontrar lares responsáveis e comprometidos com o bem-estar das aves a longo prazo. Até o momento, apenas algumas centenas de aves foram adotadas, e muitas ainda aguardam um destino seguro.
O FSAC, uma organização sem fins lucrativos que depende de doações, enfrenta grandes dificuldades financeiras por conta do aumento dos custos operacionais. John Paraná, diretor executivo do abrigo, contou à AP que a instituição se transformou em uma operação 24 horas. Com isso, houve necessidade de reforçar a equipe — e alguns funcionários chegaram a tirar dinheiro do próprio bolso para manter os cuidados com os animais.
A carga financeira se agravou com a ausência de ressarcimento por parte do USPS ou de outras fontes. Segundo o DDA, estão em andamento negociações com o Serviço Postal para recuperar os valores usados nos cuidados, já que a tarifa original de US$ 5 por pintinho por dia não se mostrou viável diante da dimensão do caso. Enquanto isso, o FSAC continua arcando com os custos de manter os animais vivos.
