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O governo britânico anunciou nesta terça-feira (20) a suspensão das negociações para um acordo de livre comércio com Israel, além da imposição de novas sanções a colonos israelenses na Cisjordânia. Também foi convocada a embaixadora de Israel em Londres, Tzipi Hotovely, em resposta à escalada do conflito na Faixa de Gaza.
A decisão ocorre enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificam os bombardeios contra o grupo Hamas, classificado como organização terrorista pela União Europeia e Estados Unidos. Equipes de resgate relataram a morte de ao menos 44 pessoas nos ataques mais recentes. A ONU alertou que 14 mil bebês correm risco de morrer nos próximos dias caso a ajuda humanitária não chegue ao enclave.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel reagiu à suspensão das tratativas comerciais, chamando a medida de resultado de uma “obsessão anti-Israel” e de “considerações políticas internas” por parte do Reino Unido. Em nota, afirmou: “Se, por obsessão anti-Israel, o governo britânico está disposto a prejudicar sua própria economia, essa é uma decisão dele”.
No Parlamento britânico, o primeiro-ministro Keir Starmer disse que o Reino Unido está “horrorizado” com o agravamento da guerra em Gaza. Ele defendeu um cessar-fogo imediato, reiterou a oposição aos assentamentos israelenses na Cisjordânia e pediu um aumento “massivo” no envio de ajuda humanitária.
Segundo Starmer, o anúncio recente de Israel de que permitirá a entrada limitada de alimentos em Gaza é “total e completamente insuficiente”. O ministro das Relações Exteriores, David Lammy, ficou encarregado de apresentar a resposta oficial do governo britânico à crise ainda nesta terça-feira.f
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, declarou à BBC que cerca de 14 mil bebês podem morrer nas próximas 48 horas caso a ajuda não seja liberada. Ele classificou os esforços atuais como “uma gota no oceano” diante da dimensão das necessidades da população local. Embora alimentos e suplementos nutricionais estejam em Gaza, muitos caminhões seguem retidos na fronteira, sem acesso às áreas civis.
Diante da pressão internacional por conta do risco iminente de fome, o premiê israelense Benjamin Netanyahu anunciou no domingo o relaxamento parcial do bloqueio que já dura 11 semanas. No entanto, a medida tem sido criticada por não atender adequadamente à gravidade da situação humanitária.
O ministro israelense Gideon Saar também reagiu às críticas, alertando França e Reino Unido que Israel “não aceitará imposições externas” sobre sua segurança. Em discurso no Congresso Judaico Mundial, em Jerusalém, Saar declarou: “Somos uma nação orgulhosa, independente, que luta por sua existência”.
Netanyahu, por sua vez, acusou os países críticos de “recompensarem o Hamas” pelo ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a nova fase do conflito.
(Com informações da AFP e da EFE)
