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O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou nesta terça-feira (27) que os Estados Unidos começarão a revogar vistos de estudantes chineses, especialmente aqueles com supostos laços com o Partido Comunista Chinês ou que cursam áreas consideradas críticas pelo governo americano.
A medida, divulgada por Rubio em sua conta oficial no X (antigo Twitter), soma-se a uma série de políticas do governo federal que têm gerado um clima de crescente incerteza entre o mais de um milhão de estudantes internacionais que residem no país.
Paralelamente, um memorando enviado pelo Departamento de Estado a embaixadas e consulados americanos ordenou a suspensão imediata de novas entrevistas de visto para estudantes internacionais. O objetivo é elaborar diretrizes que incluirão uma maior revisão do conteúdo de redes sociais dos solicitantes. Agendamentos já marcados seguirão as regras atuais, mas o comunicado oficial advertiu que mudanças substanciais são esperadas nos próximos dias.
Embate com Harvard e novas normas de revisão
O anúncio do Departamento de Estado ocorre dias depois de o governo federal tentar bloquear a matrícula de estudantes internacionais na Universidade de Harvard. Essa decisão foi temporariamente suspensa por ordem de um juiz federal enquanto uma ação judicial é resolvida.
Trump expressou que Harvard, cuja matrícula inclui mais de 25% de estudantes estrangeiros, deveria reduzir essa proporção para 15%. O confronto entre o governo federal e a universidade se intensificou após o Departamento de Segurança Nacional (DHS) solicitar informações detalhadas sobre estudantes internacionais que pudessem estar envolvidos em protestos ou atos de violência. Embora Harvard tenha garantido ter cumprido a exigência, a agência federal classificou sua resposta como “insuficiente”.
Em decorrência do conflito, o governo já cortou mais de US$ 2,6 bilhões em subsídios federais a Harvard, exercendo forte pressão para que a universidade modifique suas políticas internas.
Desde 2019, solicitantes de visto já precisam incluir seus nomes de usuário de redes sociais nos formulários do Departamento de Estado. No entanto, o memorando recente sugere que as futuras revisões serão mais extensas, podendo demandar um uso significativo de recursos humanos e tecnológicos para avaliar a atividade online. Em fevereiro, estudantes que participaram de manifestações contra a guerra entre Israel e Hamas foram detidos e enfrentaram processos de deportação. Apesar de a administração ter revertido a medida, também ampliou as causas pelas quais um estudante internacional pode perder sua permissão de residência acadêmica.
Impacto nas universidades e importância econômica
Universidades como a Northeastern University, que abriga mais de 20 mil estudantes internacionais, anunciaram planos de contingência para possíveis atrasos ou cancelamentos de vistos, conforme informou a porta-voz Renata Nyul, sem detalhar as medidas.
Mais de 1,1 milhão de estudantes internacionais cursaram estudos nos Estados Unidos no ano passado, segundo dados oficiais. Eles representam uma fonte vital de receita para as universidades, muitas das quais dependem de matrículas completas, pois não recebem subsídios federais para esses alunos, que também não têm acesso a bolsas estaduais.
A presença de estudantes internacionais não só contribui para a diversidade cultural dos campi, mas também é crucial para o posicionamento global dos EUA como um dos destinos mais atraentes para o ensino superior. Universidades renomadas construíram parte de sua reputação internacional com base em redes acadêmicas e na capacidade de atrair talentos globais em áreas como tecnologia, ciência, engenharia e negócios.
