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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que não ataque o Irã, enquanto sua administração busca um novo acordo nuclear com o regime iraniano. A declaração foi feita por Trump nesta quarta-feira (28), durante uma coletiva de imprensa no Salão Oval.
Trump revelou que, em uma conversa recente com Netanyahu, abordou os crescentes rumores de uma possível ofensiva sobre instalações nucleares iranianas e, para “ser honesto”, transmitiu seu descontentamento com a ideia.
“Não é uma advertência (…), mas eu disse a ele: ‘Não acho apropriado’. Simplesmente disse que não acho apropriado. Estamos tendo conversas muito boas com eles e não acho apropriado agora mesmo”, afirmou Trump, sem dar maiores detalhes.
Na última terça-feira, a CNN havia noticiado que a possibilidade de um ataque israelense a instalações nucleares iranianas havia aumentado consideravelmente, em meio aos persistentes confrontos das Forças de Defesa de Israel com as milícias terroristas financiadas e promovidas pelo regime iraniano.
Essa intenção de ataque teria sido revelada por movimentos militares e mensagens públicas e privadas de altos funcionários do gabinete de guerra israelense. No entanto, o cenário não seria definitivo, pois haveria divergências internas no governo de Israel e até especulações de que tudo poderia ser uma estratégia para pressionar o Irã.
Apesar dessas dúvidas, Trump se comunicou com Netanyahu para persuadi-lo a desistir da ideia e priorizar os avanços conseguidos por sua delegação, liderada por Steve Witkoff, no âmbito das negociações.
Esforços por novo acordo nuclear
Em cumprimento à sua promessa de neutralizar a ameaça nuclear iraniana, o presidente Trump ordenou que um grupo de seus mais confiáveis funcionários estabelecesse contatos indiretos com a contraparte iraniana. O objetivo é conseguir um acordo similar ao de 2015, que permitiu limitar o programa atômico persa.
Até o momento, já foram realizados cinco encontros, todos com a mediação de Omã, tanto em Mascate quanto em sua Embaixada em Roma.
No fim de semana, Trump celebrou que a última reunião, na sexta-feira, foi “muito, muito boa” e destacou que “conseguimos avanços reais, avanços importantes” e “construtivos”. “Acho que poderíamos ter boas notícias na frente iraniana”, adiantou.
No entanto, um funcionário da Casa Branca foi mais cauteloso, afirmando que “tivemos avanços, mas ainda há trabalho a ser feito”, adotando uma linha mais conservadora, similar à do Irã, que também aponta que são questões “demasiado complexas” para serem resolvidas em poucos encontros. “Ainda não chegamos (a um entendimento), mas também não estamos desanimados”, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi.
Apesar de várias questões terem sido resolvidas desde o primeiro encontro, em 12 de abril – e até a inclusão de especialistas nucleares e em sanções para detalhar uma possível futura implementação das medidas em debate –, ainda não foi alcançado um consenso sobre o principal ponto de fricção: o enriquecimento de urânio.
A Casa Branca busca que o Irã cesse completamente essa atividade, que, segundo relatórios de inteligência, o regime realiza em múltiplas plantas do país, a uma pureza de 60%, o que o deixa a apenas um passo técnico dos 90% necessários para uma bomba. Trata-se de uma “linha vermelha” para o governo americano, assegurou Witkoff.
Contudo, Teerã insiste que seu enriquecimento de urânio não está ligado a capacidades nucleares e, portanto, considera um “disparate” essa demanda, à qual – assegura – não dará lugar.
