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O senador colombiano Miguel Uribe Turbay, do partido Centro Democrático, foi baleado neste sábado (7) durante um evento em um parque na região de Fontibón, em Bogotá. De acordo com a imprensa local, três disparos foram ouvidos no bairro Modelia, e um deles atingiu a cabeça do senador.
Uribe foi socorrido imediatamente e levado ao hospital Medicentro, onde permanece internado em estado grave. Segundo a equipe médica, o projétil ficou alojado em uma área complexa do cérebro. “Ele está intubado”, disseram neurologistas à imprensa, sem apresentar um prognóstico otimista.
O atentado ocorre em meio à ascensão de Uribe como um dos principais nomes da centro-direita na Colômbia e favorito na disputa interna do partido Centro Democrático para a candidatura presidencial de 2026.
Trajetória marcada por tragédia e legado político
Miguel Uribe Turbay construiu sua carreira política a partir de um legado familiar profundamente enraizado na história pública da Colômbia, mas também marcado por uma tragédia pessoal que moldou sua visão sobre violência e justiça no país.
Nascido em Bogotá, em 28 de janeiro de 1986, Miguel vem de uma família tradicionalmente ligada à vida pública colombiana. Sua mãe, a jornalista Diana Turbay, foi assassinada em 1991 durante uma tentativa frustrada de resgate, enquanto permanecia refém do grupo narcoterrorista Los Extraditables, comandado por Pablo Escobar. Miguel tinha apenas cinco anos quando a tragédia marcou sua trajetória pessoal e sua percepção sobre a violência no país.
Neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala (1978–1982) e do líder liberal Rodrigo Uribe Echavarría, ele estudou no colégio Los Nogales e formou-se em Direito pela Universidade dos Andes, onde também concluiu mestrado em Políticas Públicas. Posteriormente, aprofundou sua formação na Universidade de Harvard, com mestrado em Administração Pública.
De vereador a senador mais votado do país
Uribe iniciou sua carreira política em 2012, aos 25 anos, ao ser eleito vereador de Bogotá com apoio de líderes liberais como David Luna e Juan Manuel Galán. Em seu primeiro ano, foi eleito vereador revelação pela imprensa e, em 2014, assumiu a presidência da Câmara Municipal.
Durante sua atuação, destacou-se como um dos principais críticos do então prefeito Gustavo Petro, especialmente quanto ao modelo de coleta de lixo e às políticas sociais, consolidando-se como voz ativa da oposição na capital.
Em 2016, foi nomeado secretário de Governo de Bogotá pelo prefeito Enrique Peñalosa, sendo o mais jovem a ocupar o cargo na história da cidade. Destacou-se pela continuidade na redução dos índices de homicídio em 2018, mas sua gestão também enfrentou críticas devido ao aumento nos casos de furtos em 2019. Um episódio polêmico envolveu um parecer jurídico sobre o feminicídio de Rosa Elvira Cely. Uribe negou ter sido consultado sobre o documento e pediu desculpas públicas à família da vítima.
Campanha à prefeitura e ascensão nacional
Em 2018, renunciou ao cargo de secretário para disputar a prefeitura de Bogotá. Sua candidatura foi apoiada por mais de 400 mil assinaturas e partidos como Centro Democrático, Liberal, Conservador, Colombia Justa Libres e MIRA. Entre suas propostas estavam a expansão do transporte multimodal e a urbanização da reserva Thomas van der Hammen. Obteve mais de 426 mil votos, mas foi derrotado por Claudia López.
Dois anos depois, em 2022, foi eleito senador como cabeça de chapa do Centro Democrático, tornando-se o congressista mais votado do país. No Senado, se destacou como crítico ferrenho do governo de Gustavo Petro, especialmente em temas econômicos, de segurança e reformas sociais.
Em março de 2025, oficializou sua pré-candidatura à presidência da Colômbia, sendo apontado como favorito dentro do seu partido, superando nomes como María Fernanda Cabal, Paloma Valencia, Andrés Guerra e Paola Holguín.
