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Uma planta química fundamental para a fabricação de explosivos na cidade de Novomoskovsk, região de Tula, na Rússia, foi atingida por um ataque com drones ucranianos na madrugada de domingo (8). O incêndio que se seguiu marcou o segundo atentado contra a instalação em menos de duas semanas, segundo autoridades locais.
O governador regional, Dmitri Miliáyev, confirmou que o fogo teve início após os destroços de um drone ucraniano abatido caírem sobre a fábrica Azot, especializada na produção de nitrogênio e amoníaco — componentes essenciais para a indústria de defesa russa. “O incêndio foi controlado”, declarou Miliáyev por meio de sua conta no Telegram. Duas pessoas ficaram feridas, mas não correm risco de vida.
A planta da Azot é uma das maiores indústrias químicas da Rússia e o segundo maior produtor nacional de fertilizantes nitrogenados e amoníaco. Sua produção inclui nitrato de amônio, usado na fabricação de explosivos, metanol (base para combustíveis de foguetes) e argônio (utilizado em processos metalúrgicos militares).
#Novomoskovsk, Región de Tula, #Rusia
‼️‼️Se están llevando a cabo acciones especiales en la planta química.
— Tte.Dan 🪖 (@kozako01) June 7, 2025
De acordo com testemunhas citadas por canais russos no Telegram, foram ouvidas entre cinco e oito explosões durante o ataque. O canal ucraniano Exilenova+ indicou que o impacto teria atingido a tubulação principal da fábrica, sem danificar diretamente as unidades de processamento. Um funcionário da planta afirmou, em vídeo divulgado nas redes, que “basicamente, atingiu uma tubulação — uma linha de gás, de propano”.
A fábrica Azot já havia sido alvo de outro ataque no último dia 24 de maio. Na ocasião, drones atingiram uma tubulação de gás de baixa pressão, danificando dois tanques de ácido nítrico com capacidade de 750 toneladas. Um dos tanques vazou, forçando a paralisação completa da planta.
Além de explosivos, a empresa também produz cloro, plásticos, resinas, soda cáustica, cloreto de cálcio e ácido nítrico — insumos cruciais para a cadeia de produção de armamentos. Segundo a agência Reuters, a Azot fornece matérias-primas para a planta Sverdlov, na região de Nizhny Novgorod, especializada na produção de compostos como HMX e RDX usados em munições de artilharia.
As autoridades de Tula informaram que órgãos ambientais e o serviço de vigilância sanitária da Rússia (Rospotrebnadzor) estão monitorando a área para avaliar riscos de contaminação, mas até o momento não foram detectados níveis acima do permitido.
Ofensiva ampliada e ataques coordenados
O ataque à Azot fez parte de uma ofensiva mais ampla da Ucrânia contra alvos em território russo. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, ao todo 65 drones ucranianos foram derrubados entre a noite de sábado (7) e a manhã de domingo (8), atingindo sete regiões russas e a Crimeia anexada.
O prefeito de Moscou, Serguêi Sobianin, afirmou que os aeroportos Domodédovo, Zhukovski e Vnúkovo chegaram a suspender temporariamente as operações devido à ameaça de drones. Relatos indicam que a capital russa foi atacada por três direções: sul, sudoeste e oeste.
Além disso, drones ucranianos atingiram no sábado uma planta de produção de betume próxima à refinaria da Lukoil em Kstovo, também em Nizhny Novgorod, a cerca de 800 km da fronteira com a Ucrânia. O incêndio gerado afetou uma estrutura com capacidade para 200 metros cúbicos de material.
Na sexta-feira (6), outro ataque ucraniano mirou o depósito de combustível Kristall, em Engels (região de Saratov), onde está armazenado combustível de aviação usado por bombardeiros estratégicos russos. A ação fez parte de uma retomada da chamada “Operação Teia de Aranha”, campanha ucraniana que visa paralisar a infraestrutura energética e militar russa.
Avanços russos no leste da Ucrânia
Enquanto os ataques ucranianos atingem o coração da infraestrutura russa, Moscou também ampliou sua ofensiva no leste da Ucrânia. No domingo, o Ministério da Defesa da Rússia informou que suas tropas avançaram rumo à região industrial de Dnipropetrovsk, ultrapassando a fronteira da autodeclarada República Popular de Donetsk.
Segundo o comunicado, uma unidade de tanques “alcançou a fronteira ocidental de Donetsk e continua avançando em direção a Dnipropetrovsk”, o que representa uma escalada significativa na guerra.
