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O Ministério da Defesa de Israel anunciou nesta segunda-feira (9) que vai exibir imagens dos ataques de 7 de outubro para a ativista ambiental Greta Thunberg e outros militantes que estavam a bordo de um barco com destino a Gaza, interceptado pela Marinha israelense. O veleiro Madleen, com bandeira britânica, fazia parte da Flotilha da Liberdade — uma iniciativa de ativistas pró-Palestina — e foi desviado para o porto de Ashdod, em Israel.
Em comunicado divulgado por sua assessoria, o ministro da Defesa, Israel Katz, disse ter instruído as Forças de Defesa de Israel (IDF) a exibir o material assim que os passageiros desembarcassem. “A antissemita Greta e seus amigos apoiadores do Hamas devem ver exatamente o que essa organização terrorista, que eles vieram apoiar, realmente é”, declarou Katz.
Ele afirmou ainda que os ativistas verão as “atrocidades cometidas contra mulheres, idosos e crianças”, e que compreenderão “quem Israel está tentando defender”. Katz elogiou a ação militar de intercepção e declarou que Israel continuará sua “luta justa e moral contra os assassinos do Hamas até sua derrota, a libertação de todos os reféns e a restauração total da segurança”.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que todos os passageiros estavam seguros e que receberam água e alimentos. Disse ainda que a ajuda humanitária transportada pelo Madleen será encaminhada à Faixa de Gaza pelos canais estabelecidos.
Greta Thunberg, de 22 anos, estava entre os cerca de doze ativistas a bordo do barco, que partiu da Sicília em 1º de junho com o objetivo declarado de romper o bloqueio naval imposto por Israel à Faixa de Gaza. A chancelaria israelense chamou o Madleen de “iate de selfies das celebridades”.
A Flotilha da Liberdade acusou Israel de sequestrar os passageiros e divulgou vídeos pré-gravados dos ativistas, afirmando que o barco foi abordado por militares israelenses em águas internacionais. A eurodeputada Rima Hassan, cidadã francesa de origem palestina e também a bordo, escreveu na rede X que a abordagem ocorreu por volta das 2h da manhã. Ela foi impedida de entrar em Israel devido às suas críticas à política israelense em relação aos palestinos.
Em comunicado divulgado nesta segunda, o grupo Hamas condenou a detenção dos ativistas, classificando-a como uma “violação flagrante do direito internacional”. “Saudamos os ativistas solidários de várias nacionalidades que resistiram às ameaças e reafirmaram que Gaza não está sozinha”, disse a nota. “A detenção do Madleen não calará as vozes livres, nem deterá a crescente maré de solidariedade global com Gaza.”
Israel havia autorizado a entrada limitada de ajuda humanitária em Gaza no mês passado, após um bloqueio total de três meses com o objetivo de pressionar o Hamas e impedir o contrabando de armas. No entanto, organizações humanitárias alertam para o risco iminente de fome, caso o cerco e a guerra, que já dura 20 meses, não sejam encerrados. O conflito se intensificou após o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou mais de 1.200 mortos em Israel.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 54 mil palestinos morreram desde o início da ofensiva israelense. Os números não distinguem civis de combatentes.
No mês passado, outro barco da Flotilha da Liberdade teve sua tentativa de chegar a Gaza frustrada, após ser atacado por drones em águas internacionais próximas a Malta. O grupo responsabilizou Israel pelo ataque, que danificou a parte frontal da embarcação.
A relatora especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinos, Francesca Albanese, conclamou outros países a desafiar o bloqueio naval. “A jornada do Madleen pode ter terminado, mas a missão não acabou. Cada porto do Mediterrâneo deve enviar barcos com ajuda e solidariedade para Gaza”, publicou nas redes sociais.
