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Um Boeing 787-8 Dreamliner da Air India, que partiu do aeroporto de Ahmedabad, na Índia, com destino a Londres Gatwick, caiu na manhã desta quarta-feira (12), poucos instantes após a decolagem, com 242 pessoas a bordo. Inicialmente, as autoridades informaram que não havia sobreviventes, mas, posteriormente, confirmaram que uma pessoa escapou com vida da tragédia.
Ramesh Vishwaskumar Bucharvada sobreviveu milagrosamente ao grave acidente aéreo ocorrido em Ahmedabad, no oeste do país. De acordo com testemunhas, Ramesh, que ocupava a poltrona 11A, teria saltado do avião durante o incidente.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o sobrevivente, ferido, caminhando em direção ao local da queda.
Membros da equipe de resgate trabalham enquanto a fumaça sobe no local em Ahmedabad, Índia
O acidente ocorreu em uma área residencial e próxima a escritórios da cidade de Ahmedabad, no estado de Gujarat, que abriga cerca de oito milhões de habitantes. O impacto do avião causou um incêndio e destruiu parte de um alojamento para médicos e um hospital local.
O chefe regional da polícia, G.S. Malik, informou à imprensa que, além dos passageiros e tripulantes, moradores da região também morreram devido ao acidente. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o avião em rápida descida com o nariz elevado antes de colidir contra um prédio e explodir em chamas.
“A polícia encontrou um sobrevivente na poltrona 11A. Ela está hospitalizada e sob cuidados médicos. Ainda não podemos confirmar o número total de mortos, que pode aumentar, já que o avião caiu em uma área residencial”, declarou o comissário de polícia Malik.
Vídeos impactantes compartilhados nas redes sociais mostram a aeronave perdendo altitude rapidamente – com o nariz para cima – antes de atingir edifícios e explodir em uma gigantesca bola de fogo. Partes do jato atingiram diretamente um colégio médico e um hospital local.
O número exato de vítimas fatais ainda não foi totalmente consolidado, mas equipes de resgate informaram que pelo menos 30 corpos já foram recuperados de um dos edifícios atingidos. “Nosso escritório fica perto do prédio onde o avião caiu. Vimos pessoas do prédio pulando do segundo e terceiro andares para se salvarem. O avião estava em chamas”, relatou um morador local, que preferiu não ser identificado, descrevendo o terror vivenciado.
A companhia aérea confirmou a nacionalidade dos ocupantes: 169 cidadãos indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense. A bordo estavam 230 passageiros e 12 membros da tripulação, incluindo dois pilotos e dez comissários. Entre os passageiros, onze eram crianças, sendo dois recém-nascidos.
Ahmedabad, a principal cidade do estado indiano de Gujarat, com cerca de oito milhões de habitantes, tem seu movimentado aeroporto cercado por áreas residenciais. “Quando chegamos ao local, havia vários corpos espalhados e bombeiros estavam apagando as chamas”, descreveu a moradora Poonam Patni à AFP, complementando que “muitos dos corpos estavam queimados”.
Imagens da área do acidente mostram destroços do avião, incluindo partes da fuselagem e do trem de pouso presos a um prédio destruído. Equipes de resgate atuaram no local, recuperando ao menos 30 corpos até o momento.
O voo Air India 171 havia acabado de decolar do aeroporto de Ahmedabad por volta das 13h40 (horário local), mas o rastreamento por radar indica que a aeronave atingiu apenas 190 metros de altitude antes de começar a descer rapidamente.
A tragédia gerou ondas de pesar internacional. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, classificou o incidente como “de partir o coração, além das palavras”, expressando solidariedade: “Nesta hora triste, meus pensamentos estão com todos os afetados”. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, também lamentou as cenas “devastadoras” e afirmou que o governo britânico está prestando todo o apoio necessário.
A Boeing se manifestou, afirmando que está “trabalhando para coletar mais informações” sobre o incidente, que é o primeiro acidente de um 787 Dreamliner.
Especialistas em aviação já levantam hipóteses preliminares, apontando para uma possível perda súbita de potência “na fase mais crítica do voo” após a decolagem. Fatores como mudança repentina de vento, colisão com pássaros (bird strike) ou outras condições climáticas estão sendo considerados, embora a investigação oficial, que pode levar anos, ainda não tenha concluído a causa.
O tenente-coronel John R. Davidson (Reformado), ex-piloto da Força Aérea dos EUA, sugeriu que, com base em dados preliminares, o avião “nunca realmente decolou de forma significativa” e que o que aconteceu “aconteceu rápido, e na fase mais crítica do voo”. O professor Paul Williams, da Universidade de Reading, ressaltou que as condições climáticas no aeroporto eram “muito boas” no momento da decolagem, descartando turbulência ou mau tempo como fatores iniciais.
As autoridades indianas, com o apoio de agências internacionais, já iniciaram a difícil tarefa de investigação e recuperação. A Direção Geral de Aviação Civil da Índia confirmou que o avião enviou um pedido de socorro (mayday) momentos antes da tragédia.
