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O único sobrevivente britânico do acidente com o avião da Air India, Vishwash Kumar Ramesh, de 40 anos, de Leicester, revelou detalhes aterrorizantes sobre os momentos que antecederam a queda da aeronave. Em entrevista de seu leito hospitalar ao jornal britânico, Ramesh descreveu como as luzes da cabine começaram a piscar e como sentiu que o Boeing 787 Dreamliner “ficou preso no ar” e “parou” em vez de subir após a decolagem.
“Quando o voo decolou, em cinco a 10 segundos, parecia que estava preso no ar”, disse Ramesh. “De repente, as luzes começaram a piscar – verde e branco. A aeronave não estava ganhando altitude e estava apenas planando antes de de repente colidir com um prédio e explodir.”
Especialistas em aviação online especulam que o piscar das luzes e outros sintomas descritos por Ramesh poderiam indicar uma falha de energia. Uma fonte próxima à investigação revelou que a Air India está analisando diversos aspectos do acidente, incluindo problemas com a potência dos motores do jato, os flaps e o motivo pelo qual o trem de pouso permaneceu aberto.
O governo indiano também investiga se a Air India teve alguma falha, incluindo questões de manutenção, segundo a mesma fonte. A reguladora de aviação da Índia ordenou que a companhia aérea realize verificações de segurança em toda a sua frota de Boeing 787.
Ramesh, que estava no assento 11A, próximo a uma das saídas de emergência da aeronave, é a única pessoa que conseguiu sair viva da tragédia de Ahmedabad. Ele descreveu o momento pós-impacto: “No início, pensei que estava morto. Mais tarde, percebi que ainda estava vivo e vi uma abertura na fuselagem. Consegui desabotoar o cinto, usei minha perna para empurrar através dessa abertura e rastejei para fora.” Sobre sua sobrevivência, ele declarou: “Não sei como sobrevivi. Vi pessoas morrendo na minha frente. As aeromoças e duas pessoas que vi perto de mim. Saí dos escombros.”
Entusiastas da aviação online afirmam que filmagens mostram a saída de emergência próxima a Ramesh se soltando pouco antes da queda.
Especialistas levantaram preocupações sobre as possíveis causas do acidente, incluindo problemas potenciais com os flaps das asas e o trem de pouso do Boeing 787. Filmagens do Boeing 787-8 da Air India antes da queda mostram que sua configuração na decolagem do aeroporto de Ahmedabad “não parecia correta”.
Ex-pilotos, como Alastair Rosenschein, da British Airways, observaram vídeos do Voo 171 e sugeriram que o trem de pouso da aeronave “claramente” estava abaixado, o que “não está correto”, pois “deveria ter sido recolhido”. Rosenschein também indicou que a aeronave “não parecia ter a configuração de flaps de decolagem” correta, o que poderia explicar por que a aeronave “descia em vez de subir”.
Marco Chan, da Buckinghamshire New University, reforçou que a configuração dos flaps é de responsabilidade do piloto. Embora difícil de afirmar com certeza, ele disse que, se os flaps não foram configurados corretamente e a aeronave não estava em velocidade suficiente, isso poderia ter causado um estol. “Olhando as filmagens, há vários especialistas sugerindo que os flaps não estão configurados corretamente – é difícil dizer, mas pode ser uma possibilidade”, afirmou Chan. “Se for esse o caso, é definitivamente um erro humano. Mas temos outros procedimentos para garantir que isso não aconteça.”
O desastre continua a provocar especulações sobre sua causa, especialmente após alegações de que a Air India recebeu múltiplas preocupações de segurança, levantando questões sobre suas práticas de manutenção. Sanat Kaul, ex-Secretário Conjunto do Ministério da Aviação Civil, afirmou que a Direção Geral de Aviação Civil (DGCA) havia escrito à Air India várias vezes, destacando questões de segurança e inspeção, como “inspeções inadequadas e outras falhas”.
“A questão agora surge sobre os procedimentos de manutenção seguidos pela Air India. Há também preocupação com o que é chamado de ‘manutenção de linha’, as verificações realizadas por inspetores antes de cada voo. Quão minuciosas e eficazes foram essas verificações está agora sob escrutínio”, disse Kaul. A Air India ainda não respondeu às afirmações de Kaul.
Enquanto isso, o governo indiano está considerando impedir a operação da frota de Boeing 787 da Air India, segundo a emissora NDTV. O CEO da Air India, Campbell Wilson, que visitou o local do acidente, expressou seu “profundo pesar” pela tragédia e afirmou que os esforços da companhia estão “totalmente focados nas necessidades de nossos passageiros, tripulantes, suas famílias e entes queridos”.
O sobrevivente Vishwash Kumar Ramesh recebeu a visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em seu leito hospitalar.
