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Imagens de satélite divulgadas nesta segunda-feira (16) revelam a extensão dos ataques israelenses contra instalações nucleares e militares estratégicas no Irã, marcando um ponto de inflexão na escalada entre os dois países.
As fotografias, captadas pelas empresas Planet Labs e Maxar Technologies entre os dias 14 e 16 de junho, mostram prédios destruídos, focos de incêndio e movimentações incomuns de veículos em áreas sensíveis. Um dos registros mais impactantes é o do Centro de Tecnologia Nuclear de Isfahan, no centro do país, onde antes havia estruturas operacionais e agora restam apenas escombros.
Segundo confirmaram tanto a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) quanto as Forças de Defesa de Israel (FDI), a operação atingiu instalações sensíveis do programa nuclear iraniano. O porta-voz militar israelense, coronel Avichai Adraee, classificou o ataque como “forte” e direcionado a um “centro estratégico importante”, incluindo laboratórios e áreas de contenção.

Uma imagem de satélite mostra a instalação de enriquecimento de Isfahan, no Irã, nesta foto de 3 de junho de 2025. (Maxar Technologies/REUTERS)
A AIEA inspecionou o local na noite de sábado e constatou danos em pelo menos quatro edifícios críticos, entre eles uma planta de conversão de urânio e uma instalação de fabricação de placas de combustível. Embora a agência não tenha detectado liberação de material radioativo até o momento, diplomatas em Viena afirmaram que técnicos continuam avaliando a extensão dos impactos.

Uma imagem de satélite mostra a instalação de enriquecimento de Isfahan, no Irã, nesta imagem de distribuição datada de 14 de junho de 2025. (Maxar Technologies/REUTERS)
Isfahan, considerada o epicentro do programa atômico iraniano, já havia sido alvo de operações anteriores, mas desta vez o ataque foi claramente direcionado à infraestrutura nuclear. O diretor da AIEA, Rafael Grossi, confirmou nesta segunda-feira que não houve novos danos nas plantas subterrâneas de Natanz e Fordow, mas que a planta-piloto de superfície em Natanz — uma das três usadas pelo Irã no desenvolvimento de centrífugas avançadas — foi destruída.

Uma imagem de satélite mostra edifícios no Centro de Tecnologia Nuclear de Isfahan, antes de Israel lançar um ataque ao Irã visando instalações nucleares, em Isfahan, Irã, em 17 de maio de 2025 (Planet Labs PBC/REUTERS)
Além de Isfahan, a ofensiva israelense atingiu outras regiões do país. Em Kermanshah, no oeste, as imagens mostram instalações de mísseis parcialmente destruídas, com estruturas comprometidas e acessos danificados. Em Shiraz, ao sul, foram registradas colunas de fumaça e focos de incêndio em uma fábrica de produção eletrônica ligada a sistemas de mísseis. As fotos revelam o contraste entre o estado das instalações antes e depois do bombardeio, evidenciando os danos em poucas horas. Em Bid Kaneh, outra base de mísseis foi devastada, com múltiplos prédios atingidos.

Uma imagem de satélite mostra danos a alguns edifícios no Centro de Tecnologia Nuclear de Isfahan, após Israel lançar um ataque ao Irã visando instalações nucleares, em Isfahan, Irã, em 16 de junho de 2025. (Planet Labs PBC/REUTERS)
A imprensa estatal iraniana confirmou a morte de altas figuras do comando militar: o chefe do Estado-Maior, general Mohamad Hosein Baqeri; o comandante da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami; e o general Gholam Ali Rashid, responsável pela base aérea Khatam ol-Anbiya.
Além deles, dois cientistas considerados fundamentais para o programa nuclear iraniano foram mortos: Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoun Abbasi, ambos envolvidos no desenvolvimento de tecnologias de enriquecimento de urânio.
