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Em uma ofensiva sem precedentes, ataques aéreos de Israel atingiram duramente a estrutura de comando militar do Irã, matando ao menos seis generais de alto escalão, diversos cientistas ligados ao programa nuclear e políticos influentes nos primeiros cinco dias da chamada “ofensiva preventiva” lançada contra o regime iraniano.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram nesta terça-feira (17) a morte de Ali Shadmani, nomeado recentemente como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas. Ele foi morto em um bombardeio noturno contra um centro de comando no coração de Teerã. Seu antecessor havia sido eliminado em um ataque anterior.
“Pela segunda vez, as Forças de Defesa de Israel eliminaram o chefe do Estado-Maior do Irã, principal comandante militar do regime”, declarou o exército israelense em nota. A operação teria sido baseada em inteligência precisa e aproveitou uma janela de oportunidade durante a madrugada.
Generais de alto escalão mortos
Entre os nomes confirmados está o general Mohammad Baqri, chefe do Estado-Maior e figura de confiança do líder supremo Ali Khamenei. Veterano da guerra Irã-Iraque, Baqri coordenava forças regulares e paramilitares do país. Também foi morto Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica desde 2019 e conhecido por sua postura agressiva contra Israel e os Estados Unidos.
Ferido
Ali Shamkhani
Assessor do Líder Supremo e chefe do projeto nuclear
Abatidos
Muhammad Hussein Baqri
Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas
Ghulam Ali Rashid
Comandante do Sistema de Segurança de Emergência
Ali Shadamani
Chefe do Estado-Maior de Guerra e Comandante do Comando de Emergência das Forças Armadas “Khatam al Anbiya”
Gholam-a Marhab
Chefe da Direção de Inteligência
Fakh-Pour
Comandante das Forças Terrestres da Guarda Revolucionária
Esmail Qaani
Comandante da Força Quds
Hossein Salami
Comandante da Guarda Revolucionária
Amir Mousavi
Comandante do Exército do Irã
Amir Ali Hajizadeh
Comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária
Ali Reza Tangsiri
Comandante da Marinha da Guarda Revolucionária
Taher-Pour
Comandante do sistema de drones
Davood Sheykhian
Comandante da Defesa Aérea
Mohammad Bagheri
Chefe do sistema terra-ar

Hossein Salami (à esquerda), então chefe da Guarda Revolucionária do Irã, e Amir Ali Hajizadeh, chefe da força aérea da Guarda, visitam uma base subterrânea de mísseis em janeiro. Ambos foram abatidos por Israel. (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS IRIB / AFP)
Outro nome importante confirmado entre os mortos é o general Ghulam Ali Rashid, chefe do comando central do CGRI, responsável por coordenar operações conjuntas e o relacionamento com aliados como o Hezbollah. Rashid também era veterano da guerra com o Iraque.
A ofensiva atingiu ainda o general Amir Ali Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária e responsável pelo programa de mísseis do Irã. Ele e outros sete comandantes foram mortos em um ataque a um bunker subterrâneo em Teerã.
Outros oficiais de alta patente mortos incluem:
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Mohammad Kazemi, chefe de inteligência da Guarda Revolucionária;
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Gholamreza Mehrabi (ou Gholam-A Marhab), chefe da Direção de Inteligência das Forças Armadas;
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Mehdi Rabbani, subcomandante de operações;
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Fakh-Pour, comandante das Forças Terrestres da Guarda Revolucionária.
Israel também confirmou ataques contra Esmail Qaani, comandante da Força Quds, e Ali Reza Tangsiri, comandante da Marinha da Guarda Revolucionária, mas suas mortes ainda não foram oficialmente confirmadas. O general Davood Sheikhian (defesa aérea) e Taher-Pour (comandante de drones) também estariam entre os mortos.
Teerã reage e promove novos comandantes
Diante da gravidade das perdas, o líder supremo Ali Khamenei agiu rapidamente para preencher as lacunas e evitar um vácuo de poder. O general Abdolrahim Mousavi, comandante do Exército regular, foi nomeado chefe do Estado-Maior — é a primeira vez que alguém de fora da Guarda Revolucionária assume o cargo.

Abdolrahim Mousavi, comandante-chefe do exército iraniano, foi nomeado o novo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (WANA/Reuters)
Para liderar a Guarda, Khamenei escolheu Mohammad Pakpour, veterano das forças terrestres do CGRI. Majid Mousavi foi nomeado novo comandante da Força Aeroespacial. Amir Hatami, ex-ministro da Defesa, foi promovido a general de divisão e agora comanda o Exército.
Todos os novos comandantes declararam compromisso com a retaliação, com faixas espalhadas por diversas cidades iranianas que dizem: “Vocês começaram a guerra, nós vamos terminá-la”.
Cientistas nucleares e políticos também são alvos
Os ataques israelenses também miraram civis ligados ao programa nuclear. Fereydoun Abbasi, ex-diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, foi morto — ele havia sobrevivido a uma tentativa de assassinato em 2010, atribuída a Israel.
Outros cientistas mortos incluem Mohammad Mehdi Tehranji, físico e presidente da Universidade Azad Islâmica de Teerã, e Ali Bakaei Karimi, morto com sua esposa e dois filhos em um bombardeio.
Entre os políticos atingidos, Ali Shamkhani, assessor próximo de Khamenei e ex-secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, ficou gravemente ferido em sua residência e está hospitalizado em condição estável. Ele era um dos principais nomes das negociações nucleares com os Estados Unidos.

Ali Shamkhani foi um dos políticos mais influentes do Irã e um confidente próximo do aiatolá Khamenei.
Escalada militar e novos números do conflito
A ofensiva de Israel marca uma escalada regional sem precedentes. Segundo autoridades israelenses, o objetivo é conter os avanços nucleares iranianos e neutralizar sua capacidade balística.
Desde o início do confronto, na sexta-feira, o Irã lançou ao menos 380 mísseis balísticos contra Israel, a maioria interceptada. Já os ataques israelenses deixaram 229 mortos em território iraniano. Por outro lado, os ataques do Irã resultaram na morte de 24 pessoas em Israel, de acordo com dados oficiais.
