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Israel confirmou pela primeira vez, nesta quarta-feira, que soldados infiltrados de seu Exército operaram em solo iraniano durante a chamada Guerra dos 12 Dias.
O chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, informou em um discurso televisionado que comandos das Forças de Defesa (FDI) realizaram operações encobertas dentro do Irã enquanto o conflito entre os dois países se desenrolava.
“Conseguimos o controle total do espaço aéreo iraniano e de todos os lugares em que decidimos operar. Isso foi possível graças, entre outras coisas, à coordenação e ao engano tático levados a cabo por nossa força aérea e nossas unidades de comando terrestre. As forças operaram em segredo no mais profundo do território inimigo e nos proporcionaram liberdade de ação operacional”, disse Zamir ao revelar essas operações.
Ele acrescentou que, apesar do cessar-fogo atualmente em vigor, a situação na região continua instável, e por isso “devemos permanecer em guarda, nos esperam muitos desafios”.
Execuções no Irã e Impacto no Programa Nuclear
O anúncio israelense veio poucas horas depois que as autoridades do regime iraniano executaram outras quatro pessoas, condenadas por supostas atividades de espionagem para o serviço de inteligência israelense, o Mossad. Segundo o aparato judicial iraniano, tratou-se de “ações decisivas contra agentes do regime sionista” — identificados como Idris Alí, Azad Shojaei e Rasul Ahmad — que teriam tentado “importar equipamento para assassinar altos cargos do país” e cometeram, portanto, o delito de “corrupção na terra” devido à sua “colaboração com governos estrangeiros hostis em apoio ao regime sionista”.
Após 12 dias de confrontos, iniciados em 13 de junho com uma série de bombardeios surpresa de Israel para impedir o desenvolvimento de uma arma nuclear por Teerã, um cessar-fogo começou a vigorar na terça-feira (24), encerrando os combates na região.
As Forças de Defesa de Israel asseguraram que os pouco mais de 10 dias de manobras permitiram causar prejuízos profundos ao programa nuclear iraniano. Eyal Zamir afirmou que, “segundo a avaliação de altos oficiais de inteligência, o dano ao programa nuclear não é localizado, mas sistêmico (…)” e “o resultado acumulado nos permite determinar que o projeto nuclear iraniano sofreu danos graves, amplos e profundos, e sofreu um atraso de anos”.
Em linha com isso, a Comissão da Energia Atômica de Israel, um organismo governamental, informou também que a planta iraniana de enriquecimento de Fordo havia ficado “inutilizada” após o ataque chave realizado pelos Estados Unidos na madrugada de domingo.
No entanto, as conclusões da inteligência americana sugerem que o desenvolvimento nuclear iraniano só teria sido atrasado alguns meses e o programa não teria sido destruído por completo, visto que grande parte do urânio altamente enriquecido — crucial para a eventual fabricação de uma arma nuclear — foi extraído e resguardado antes da ofensiva americana.
Enquanto isso, o regime persa insiste que as denúncias sobre seu programa atômico são baseadas em mentiras e informações errôneas, e assegura, pelo contrário, que suas atividades de enriquecimento de urânio se limitam aos percentuais necessários para usos civis e médicos.
(Com informações da AFP)
