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As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram neste domingo (6) que realizaram uma série de bombardeios aéreos contra infraestrutura militar utilizada pelos hutis no Iêmen. Os alvos incluíram os portos de Hodeida, Ras Isa e Salif, além de uma usina elétrica em Ras Kanatib — todos supostamente usados para operações hostis contra Israel e a navegação internacional, segundo informações da inteligência militar israelense.
A ofensiva ocorre após uma série de ataques perpetrados pelos hutis, incluindo o lançamento de mísseis e drones em direção ao território israelense e a navios ligados, direta ou indiretamente, a interesses do país. De acordo com o Exército de Israel, os portos iemenitas vêm sendo utilizados para o recebimento de armas fornecidas pelo regime iraniano e para o lançamento de operações terroristas no mar Vermelho — uma das rotas comerciais mais movimentadas do planeta.
Barco comercial sequestrado era usado como base de vigilância
Um dos principais alvos da ação foi o navio Galaxy Leader, um cargueiro comercial sequestrado pelos hutis em novembro de 2023. Desde então, ele vinha sendo usado como uma plataforma de observação, equipada com radar para facilitar ataques a embarcações internacionais, segundo as autoridades israelenses.
Outro alvo estratégico foi a central elétrica de Ras Kanatib, considerada essencial para o funcionamento logístico e militar das forças hutis. Tel Aviv acusou os insurgentes de utilizarem infraestrutura civil com propósitos militares, o que colocaria a população civil em risco e violaria o direito internacional humanitário.
Hutis reagem e classificam ataque como “agressão sionista”
A rede de TV Al Masirah, controlada pelos hutis, confirmou os bombardeios israelenses. O porta-voz militar da milícia, Yahya Sari, classificou a ação como uma “agressão sionista contra nosso país” e afirmou que a Força Aérea do Iêmen respondeu aos ataques, sem detalhar se houve vítimas ou danos materiais.
Segundo fontes locais, Israel havia emitido alertas sobre os ataques e orientado a evacuação das áreas portuárias controladas pelos hutis horas antes da ofensiva.
Novo ataque a cargueiro no mar Vermelho
Em meio à escalada de tensão, outro incidente foi registrado na região. O navio graneleiro Magic Seas, de bandeira liberiana e propriedade grega, foi atacado por embarcações pequenas armadas com metralhadoras, lança-foguetes RPG e mísseis antinavio. Dois desses mísseis atingiram o casco da embarcação, causando um incêndio e um vazamento de água que ameaça afundá-la.
A tripulação de 22 pessoas — composta por 17 filipinos, um romeno, um vietnamita e três cingaleses — foi resgatada pela Guarda Costeira do Iêmen, segundo veículos de imprensa da Grécia. O cargueiro não contava com escolta militar no momento do ataque e não havia solicitado proteção da missão naval da União Europeia na região (EUNAVFOR ASPIDES).
O centro de monitoramento marítimo do Reino Unido (UKMTO) confirmou o ataque e informou que a equipe de segurança a bordo respondeu à agressão. O jornal Kathimerini e a emissora pública ERT relataram ainda que o navio foi atingido por embarcações não tripuladas (USV), algumas das quais colidiram diretamente com a estrutura do cargueiro.
Cresce a militarização no mar Vermelho
A sequência de ataques reforça a preocupação com a crescente militarização do mar Vermelho e o papel dos hutis, apontados por Israel como braço armado do regime iraniano. As Forças de Defesa de Israel afirmam que o grupo insurgente iemenita atua como um “proxy” de Teerã, recebendo financiamento e armamentos e participando de uma estratégia coordenada de desestabilização regional.
Em nota, o Exército israelense declarou: “As Forças de Defesa de Israel continuarão operando de forma decisiva contra qualquer ameaça aos cidadãos do Estado de Israel, onde quer que seja necessário”.
(Com informações da AFP e da EP).