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Centenas de caminhões carregados com ajuda humanitária começaram a entrar neste domingo (12) na Faixa de Gaza vindos do Egito, em meio ao plano de cessar-fogo firmado entre Israel e o grupo Hamas, em vigor desde a última sexta-feira (10). A movimentação foi confirmada pela agência EFE e por meios de comunicação egípcios.
Filas extensas de veículos se formaram na região de Rafah, na fronteira com Gaza, à espera da liberação para cruzar pelos pontos de passagem de Kerem Shalom e Al Awja, ambos sob controle israelense, informou a emissora Al Qahera News.
De acordo com o canal, que mantém proximidade com os serviços de inteligência egípcios, a expectativa era que cerca de 400 caminhões carregados com diferentes tipos de ajuda entrassem no território palestino ainda neste domingo — o que representa, segundo a emissora, “a maior quantidade de ajuda enviada ao enclave palestino desde o início da crise”.
Além de alimentos e materiais médicos, várias carretas com combustível também estavam preparadas para atravessar a fronteira. Pelo acordo firmado na última quarta-feira (8) no Egito, Israel permitirá a entrada diária de até 600 caminhões, coordenados pela ONU, por organizações internacionais autorizadas, pelo setor privado e países doadores.
As operações de entrada da ajuda ocorrem sob o novo cessar-fogo, que marca o início da primeira fase do plano proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e implementado na sexta-feira ao meio-dia, com o recuo das tropas israelenses das principais cidades de Gaza. Segundo o órgão israelense responsável pela coordenação de assistência, o COGAT, a meta é alcançar as 600 remessas diárias previstas no acordo.
O Egito informou que enviaria 400 caminhões neste domingo, todos inspecionados por forças israelenses antes da travessia. Imagens divulgadas pela Associated Press mostram dezenas de caminhões atravessando o lado egípcio de Rafah. Segundo o Crescente Vermelho Egípcio, os carregamentos incluem suprimentos médicos, tendas, cobertores, alimentos e combustível, todos submetidos à inspeção no ponto de Kerem Shalom.
As ofensivas israelenses e as restrições à entrada de ajuda humanitária resultaram em uma grave crise de fome, que já atinge níveis de inanição em partes da Faixa de Gaza, segundo alertou a ONU. O organismo internacional afirma possuir cerca de 170 mil toneladas de alimentos, medicamentos e outros suprimentos prontos para serem enviados, aguardando apenas autorização israelense.
A porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, Abeer Etifa, disse à AP que trabalhadores locais estavam limpando e reparando estradas para facilitar a distribuição dos mantimentos.
Paralelamente, autoridades se preparavam para a libertação de cidadãos israelenses sequestrados em Gaza e de prisioneiros palestinos detidos em Israel. Em mensagem enviada por Gal Hirsch, coordenador israelense para reféns e desaparecidos, familiares foram alertados para se preparar para o retorno de seus entes queridos a partir de segunda-feira (13), informação confirmada por uma das famílias à Associated Press.
Hirsch explicou que hospitais e um acampamento em Rei’im estão prontos para receber os reféns vivos, enquanto os corpos dos falecidos serão encaminhados ao Instituto de Medicina Legal para identificação. Um grupo de trabalho internacional deverá atuar para localizar eventuais vítimas não devolvidas dentro de 72 horas. Estima-se que cerca de 20 dos 48 reféns mantidos por grupos palestinos ainda estejam vivos e sejam libertados nesta segunda-feira.
A Casa Branca confirmou que o presidente Donald Trump chegará a Israel na manhã de segunda-feira, onde deve se reunir com familiares dos reféns e discursar no Knesset, o parlamento israelense. Em seguida, ele viajará ao Egito, onde participará de uma cúpula pela paz ao lado do presidente egípcio Abdul Fattah al-Sisi e de líderes regionais e internacionais.
Quanto à libertação dos prisioneiros palestinos, ainda não há um cronograma definido. O acordo prevê a saída de cerca de 2 mil detentos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua e 1.700 presos durante a guerra sem acusação formal.
O Ministério da Saúde de Gaza, chefiado por Mounir al-Boursh, informou que o sistema de saúde local está se preparando para receber 1.900 prisioneiros libertados, muitos deles em condição médica delicada. Al-Boursh também pediu a libertação dos médicos Hossam Abu Safiya e Marwan al-Hams, detidos durante o conflito, e destacou que é aguardada a repatriação dos corpos de profissionais de saúde mortos sob custódia