“Maduro Me Ofereceu de Tudo”: Trump Diz que o ditador da Venezuela Tenta Evitar Confronto com os EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (17) que o ditador venezuelano Nicolás Maduro lhe ofereceu “de tudo” porque “não quer se meter com os Estados Unidos”, segundo declarações feitas na Casa Branca.

“Ele me ofereceu de tudo. Sabe por quê? Porque não quer se meter com os Estados Unidos”, disse Trump, ao ser questionado sobre possíveis concessões de Maduro para negociar com Washington em meio ao aumento das tensões bilaterais.

De acordo com o jornal The New York Times, entre as supostas ofertas de Maduro estariam a abertura de projetos de petróleo e ouro a empresas americanas, a aprovação de contratos preferenciais e a reorientação das exportações de petróleo da China para os Estados Unidos, além do encerramento de acordos de mineração e energia com China, Irã e Rússia.

Já o Miami Herald publicou nesta quinta-feira (16) que a vice-presidente do regime venezuelano, Delcy Rodríguez, e o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, teriam proposto aos Estados Unidos a formação de um governo de transição sem Maduro, com o objetivo de preservar a estabilidade política do país. Ambos negam ter feito essa proposta, segundo declarações à imprensa oficial da Venezuela.

Essas informações surgem em meio a um inusitado aumento da presença militar americana no mar do Caribe, onde forças dos Estados Unidos destruíram diversas embarcações que, segundo o governo Trump, estariam ligadas ao narcotráfico e associadas ao regime de Maduro. O presidente confirmou recentemente um ataque contra uma embarcação submersível, que classificou como “um submarino construído especificamente para o transporte de grandes quantidades de drogas”, durante a coletiva de imprensa desta sexta-feira.

Ao lado de Trump, o secretário de Estado Marco Rubio evitou confirmar se houve sobreviventes na operação, afirmando que mais informações seriam divulgadas posteriormente.

Nesta semana, o presidente americano também anunciou que autorizou a CIA (Agência Central de Inteligência) a realizar operações secretas na Venezuela, como parte do plano de seu governo para combater o narcotráfico na região. “Autorizei por duas razões”, disse Trump, referindo-se a reportagens do New York Times. “Milhares de pessoas, em sua maioria criminosos, cruzaram a fronteira, e há muita droga entrando a partir da Venezuela”, explicou.

Trump argumentou que “grande parte da droga venezuelana entra por via marítima” e garantiu que os Estados Unidos pretendem interceptar também os carregamentos terrestres. “A Venezuela está sentindo a pressão (…). Controlamos o mar. Ninguém passa. Estamos vigiando”, declarou, acrescentando que não descarta ações por terra após afirmar ter o controle do espaço marítimo.

O presidente minimizou as críticas pela destruição das embarcações supostamente envolvidas com o tráfico, afirmando que cada ataque representa “salvar a vida de 25 mil americanos”.

Em resposta, Nicolás Maduro negou as acusações de envolvimento de seu governo com atividades ilícitas e reafirmou, na quinta-feira (16), que o comando político e militar da Venezuela está “mais unido do que nunca” diante das ameaças de Washington. O líder venezuelano assinou um decreto declarando estado de comoção externa, um mecanismo que permite instaurar uma situação de emergência em caso de agressão estrangeira, diante das recentes ações e declarações do governo Trump.

(Com informações da AFP, EFE e EP)