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A tensão entre Estados Unidos e Colômbia cresceu depois que o presidente Donald Trump decidiu cortar todos os recursos destinados ao país, alegando um suposto apoio do presidente colombiano Gustavo Petro ao narcotráfico.
Segundo Trump, o líder de esquerda estaria favorecendo o tráfico de drogas com sua inação, e por isso foi acusado de incentivar a produção e exportação de cocaína para os EUA. O ex-presidente norte-americano afirmou ainda que Petro estaria “enganando” os Estados Unidos, já que, apesar dos milhões de dólares enviados ao país, não haveria garantia de combate efetivo às drogas.
“O presidente Gustavo Petro, da Colômbia, é um líder do narcotráfico que incentiva fortemente a produção em massa de drogas, em grandes e pequenos campos, em todo o país. Tornou-se, de longe, o maior negócio da Colômbia, e Petro não faz nada para detê-lo, apesar dos pagamentos e subsídios em larga escala provenientes dos Estados Unidos, que não passam de uma fraude de longo prazo para a América”, declarou Trump.
Como consequência, Trump ordenou a suspensão imediata de todos os recursos financeiros enviados à Colômbia, impactando diretamente as finanças das Forças Militares e o orçamento do Estado colombiano.
“A PARTIR DE HOJE, ESSES PAGAMENTOS, OU QUALQUER OUTRA FORMA DE PAGAMENTO OU SUBSÍDIOS, NÃO SERÃO MAIS REALIZADOS PARA A COLÔMBIA. O objetivo dessa produção de drogas é a venda de grandes quantidades nos Estados Unidos, causando morte, destruição e caos”, disse Trump em sua rede social Truth Social.
O norte-americano não hesitou em ameaçar Petro, insinuando possíveis represálias caso a presunta permissividade com o narcotráfico continue.
“Petro, um líder impopular e com baixa aprovação, com atitude desafiadora em relação à América, é melhor que feche imediatamente esses campos de morte, ou os Estados Unidos o farão por ele, e não de maneira amigável. Obrigado pela atenção a este assunto! Presidente Donald J. Trump”, concluiu.
Com a decisão, ficam em risco diversos programas de erradicação de cultivos ilícitos, já que os EUA são os principais financiadores de projetos na Colômbia. Através da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), Washington destinou cerca de US$ 413 milhões ao país no ano fiscal de 2024, segundo o jornal El País.
De acordo com o veículo, a Colômbia é o país mais beneficiado na América Latina pelos recursos americanos, destacando a estreita cooperação entre as duas nações em termos financeiros e de desenvolvimento. Os fundos da Usaid financiam projetos sociais e o fortalecimento de setores estratégicos no território colombiano.
O novo atrito entre os dois países ocorreu um dia após o governo dos EUA anunciar a deportação de um colombiano que sobreviveu à neutralização de uma embarcação supostamente carregada de drogas.
No sábado, 18 de outubro, Petro alertou sobre as possíveis consequências dos recentes bombardeios americanos no Mar do Caribe, apontando que essas ações poderiam afetar pescadores colombianos.
“A recente ofensiva militar dos Estados Unidos, intensificada nas últimas semanas, provavelmente atingiu lanchas colombianas”, afirmou o presidente. Ele citou o caso de Trinidad e Tobago, onde um ataque destruiu uma embarcação de pescadores em águas próximas.
Segundo Petro, “os mísseis estão provavelmente caindo sobre lanchas colombianas e pescadores”, acrescentando que incidentes semelhantes ocorreram em Trinidad. O presidente relacionou esses episódios à decisão de Washington de retirar a Colômbia da lista de países que colaboram no combate ao narcotráfico, afirmando que essa exclusão tem “consequências diretas na região”.
Petro também criticou o aumento das tensões militares e questionou a postura de quem apoia uma intervenção direta em Venezuela por parte dos EUA, alertando sobre os riscos de uma operação unilateral no país vizinho.
“Acreditam que é um joguinho, que vai chegar uma operação, derrubar Maduro e acabou, como se nada tivesse acontecido”, declarou.
O presidente colombiano ainda destacou que o interesse principal de Trump em Venezuela estaria ligado ao petróleo e alertou que, seguindo essa lógica, a Colômbia poderia ser o próximo país a sofrer ofensivas militares semelhantes.
O mais recente bombardeio mencionado por Petro ocorreu na quinta-feira, quando o Exército americano realizou o sexto ataque desde setembro contra uma embarcação próxima às costas venezuelanas, sob a justificativa de envolvimento com narcotráfico.