Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
Os Estados Unidos descartaram nesta terça-feira (20) a realização de um encontro no futuro imediato entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin. A decisão foi comunicada por um porta-voz da Casa Branca, conforme fontes citadas pela AFP, AP, EFE e mídia americana, depois que o Kremlin impôs condições específicas para uma possível cúpula.
A notícia contrasta com o otimismo demonstrado por Trump dias antes. O ex-presidente chegou a anunciar em suas redes sociais que se encontraria com Putin “dentro de duas semanas em Budapeste”, após uma ligação telefônica que ele próprio classificou como “um avanço”. Trump defendia que um encontro direto permitiria abordar o conflito na Ucrânia e o fornecimento de mísseis Tomahawk, alegando que seu entendimento pessoal com Putin permitiria o fim da guerra em apenas um dia caso retornasse à Casa Branca.
Esse entusiasmo, porém, chocou-se com a frustração que Trump admitiu sentir por não ter concretizado um acordo rápido, apesar de encontros anteriores, como o realizado em agosto no Alasca – a primeira visita de Putin a território ocidental desde a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Mais cedo, a Rússia já havia esfriado a possibilidade do encontro ao descartar categoricamente um cessar-fogo imediato na Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores russo, Serguéi Lavrov, insistiu que Moscou só aceitaria avançar nas negociações se fossem abordadas as “causas originais do conflito”, citando as aspirações de Kiev de ingressar na OTAN e a proteção dos direitos da população de língua russa.
Lavrov enfatizou em coletiva de imprensa: “O importante, de toda forma, não é o lugar nem os prazos (da próxima cúpula), mas como vamos avançar no que foi acordado e sobre o que se alcançou um amplo entendimento em Anchorage.”
Simultaneamente, enquanto Volodimir Zelensky e líderes da União Europeia (UE) apoiavam a proposta de Trump sobre a urgência de cessar as hostilidades e usar a atual linha de contato como base para negociações, Lavrov rejeitou a possibilidade. O chanceler russo afirmou que um cessar-fogo “suporia uma contradição com o acordado no Alasca” e garantiu que a Rússia considera estar “avançando em todos os setores da frente” na ofensiva militar para controlar Donbás.
A rede CNN informou também nesta terça-feira sobre o adiamento da reunião que estava prevista para esta semana entre o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e Lavrov. O encontro foi suspenso devido a divergências sobre um possível cessar das hostilidades. Lavrov explicou que Washington concluiu que a postura russa se mantém firme em suas demandas, e ambos os diplomatas concordaram apenas em “continuar os contatos telefônicos”.
Fontes russas e americanas concordaram que a preparação de uma cúpula entre Trump e Putin exige um “preparo minucioso” e pode se prolongar. Fatores logísticos e políticos, como a necessidade de Putin cruzar o espaço aéreo da União Europeia e da OTAN, além da ordem de prisão emitida pela Corte Penal Internacional (CPI) contra o presidente russo, dificultam a concretização de qualquer encontro.