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O Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) confirmou nesta quinta-feira (23) a expulsão de vários altos funcionários civis e militares por “graves violações da disciplina e da lei”. O movimento marca uma das maiores expulsões internas registradas nos últimos anos dentro da estrutura dirigente do país.
Entre os sancionados estão figuras de alto escalão, como o general He Weidong, então vice-presidente da Comissão Militar Central (CMC) — o principal órgão de direção do Exército Popular de Libertação; o almirante Miao Hua, ex-chefe do Departamento de Trabalho Político da CMC; e Tang Renjian, ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, que foi condenado por aceitar subornos milionários.
O Pleno do Comitê Central, realizado a portas fechadas desde segunda-feira em Pequim, concluiu com um comunicado que ratifica as decisões do Birô Político e anuncia uma reconfiguração parcial do Comitê Central. Os assentos vagos serão preenchidos por onze membros suplentes.
A campanha anticorrupção, impulsionada pelo secretário-geral Xi Jinping há mais de uma década, intensificou seu alcance neste ano, mirando controlar os altos níveis de corrupção dentro da própria estrutura do PCCh e do Estado.
A Comissão Central de Inspeção Disciplinar apresentou um relatório detalhando as faltas dos dirigentes expulsos, com investigações que abrangem tanto as estruturas do Partido quanto do Exército, com casos de subornos, enriquecimento ilícito e abuso de poder em grande escala.
A queda de He Weidong, que havia desaparecido da vida pública em março, é inédita dentro do Exército, que já havia testemunhado a destituição de dois ministros da Defesa e vários altos comandos da Força de Foguetes. O Ministério da Defesa reconheceu recentemente que as investigações em curso envolvem somas “extremamente grandes” e causaram “consequências altamente prejudiciais” para o aparato militar.
Tang Renjian, por exemplo, foi sentenciado em setembro a pena de morte suspensa após aceitar subornos superiores a 268 milhões de yuan (cerca de 37 milhões de dólares).
O encontro, que coincide com um momento de instabilidade interna, também foi usado para reconfigurar o poder em torno da liderança de Xi Jinping. Além das expulsões, os delegados debateram as recomendações para o XV Plano Quinquenal (2026-2030), que definirá as prioridades econômicas e sociais do país para a próxima década.
O comunicado final reafirma a centralidade da liderança de Xi e convoca “todo o Partido, o Exército e o povo” a se unirem em torno do Comitê Central para avançar na “modernização socialista” e reforçar a disciplina interna em todos os níveis de governo.