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A União Europeia (UE) anunciou nesta quinta-feira (23) um novo pacote de sanções contra a Rússia, com o objetivo de intensificar o cerco sobre a indústria energética russa e restringir gradualmente as importações de gás natural liquefeito (GNL). A medida foi aprovada enquanto líderes europeus participavam de uma cúpula em Bruxelas.
O anúncio ocorre poucos dias após os Estados Unidos aplicarem novas sanções à indústria petrolífera da Rússia, aumentando a pressão internacional sobre o setor energético russo e suas fontes de receita.
“Hoje é um bom dia para a Europa e para a Ucrânia”, afirmou Lars Løkke Rasmussen, ministro de Relações Exteriores da Dinamarca. Segundo ele, as sanções “introduzirão medidas novas e abrangentes sobre petróleo, gás, a frota fantasma de petroleiros e o setor financeiro russo”. O ministro também explicou que a UE implementará um sistema de controle para restringir os deslocamentos de diplomatas russos dentro dos Estados-membros, exigindo permissão prévia para transitar entre os países do bloco.
As sanções foram aprovadas após quase um mês de negociações entre os 27 países da UE, somando-se aos 18 pacotes de medidas restritivas aplicados desde o início da guerra na Ucrânia. O consenso foi alcançado durante reunião de embaixadores na manhã de quinta-feira, horas antes do início da cúpula europeia, que contou com a participação do presidente ucraniano Volodímir Zelensky. Entre os temas centrais do encontro, esteve a busca por um cessar-fogo após quase quatro anos de conflito.
A UE informou que o veto às importações de GNL da Rússia será implementado a partir de janeiro de 2027 para contratos de longo prazo, enquanto os acordos de curto prazo expirarão nos próximos seis meses. Além disso, o pacote endurece a proibição de transações com as empresas petrolíferas estatais Rosneft e Gazprom Neft.
Para combater a estratégia russa de evasão das sanções por meio de uma frota fantasma de petroleiros, 117 novas embarcações foram incluídas na “lista negra”, elevando para 557 o total de navios sancionados. As medidas restringem o acesso a portos, transferências entre navios, contratação de seguros e estabelecem um registro para embarcações de bandeira falsa. A nova norma também abrange navios tanque de fora da UE que apoiam o setor energético russo ou transportam material militar e cereais da Ucrânia.
Preocupações com o uso de empresas intermediárias levaram a UE a adicionar 45 novas instituições à lista de sanções, incluindo 12 empresas chinesas, três indianas e duas tailandesas, envolvidas no desenvolvimento de drones.
O setor bancário também foi impactado. O bloco europeu ampliou o veto a operações com cinco bancos russos e outros quatro localizados em Belarus e Cazaquistão. A proibição sobre o uso de criptomoedas por cidadãos e entidades russas foi reforçada, com foco na A7A5, moeda digital apoiada pelo Estado russo, incluindo restrições ao desenvolvedor, ao emissor kirguís e à principal plataforma de negociação associada.
Por fim, a UE estabeleceu novos critérios para sancionar pessoas envolvidas no sequestro e transporte de crianças ucranianas para a Rússia. Até o momento, 11 indivíduos foram alvo de medidas restritivas, e novas sanções estão previstas contra responsáveis por assimilação forçada e educação militarizada de menores.
(Com informações da Europa Press)
