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Um navio de guerra americano chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, arquipélago localizado em frente à Venezuela, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifica a pressão sobre a ditadura de Nicolás Maduro.
O destroyer USS Gravely, acompanhado por uma unidade de marines, permanecerá atracado em Porto Espanha, capital do país, até quinta-feira (30). A chegada da embarcação, para exercícios militares com o exército local, havia sido anunciada na última quinta-feira pelo governo trinitense, que tem cerca de 1,4 milhão de habitantes.
Desde agosto, os Estados Unidos têm enviado navios de guerra para o Caribe e, desde setembro, realizam ataques aéreos contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas. O país também anunciou a intenção de enviar para a região o porta-aviões Gerald R. Ford, o maior do mundo, aumentando significativamente a presença militar americana. Maduro classificou a movimentação como uma tentativa de “inventar uma nova guerra”.
Trump acusa o presidente venezuelano de comandar redes de tráfico de drogas, o que Maduro nega, afirmando que Washington usa o narcotráfico como pretexto para promover uma mudança de regime e controlar as reservas de petróleo do país.
Reações da população local
Em Porto Espanha, a chegada do navio dividiu opiniões. Alguns apoiam a presença americana, acreditando que ela pode ajudar a combater o tráfico de drogas e a “libertar o povo da opressão”. É o caso de Lisa, 52 anos: “Há uma boa razão para trazer o navio de guerra aqui. É para ajudar a limpar os problemas de drogas que há na Venezuela.”
No entanto, muitos demonstraram preocupação com a proximidade geográfica e a possibilidade de uma intervenção militar. Daniel Holder, 64 anos, teme que um conflito entre Venezuela e EUA possa atingir Trinidad e Tobago: “Se algo acontecesse, poderíamos acabar recebendo golpes. A população não vê o quão sério isso é atualmente.”
A primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar apoia Trump e mantém discurso firme contra a imigração e a criminalidade venezuelana. Para críticos locais, como Holder, o país estaria se colocando “entre dois muros” ao se alinhar com Washington.
Mortes e questionamentos sobre a operação americana
Até agora, a mobilização militar dos EUA deixou 43 mortos em dez ataques a embarcações suspeitas de tráfico em águas internacionais do Caribe e do Pacífico, segundo dados levantados pela AFP com base em informações do governo americano. Entre eles, dois trinitários teriam sido mortos em meados de outubro, embora autoridades locais não confirmem oficialmente os casos.
Especialistas questionam a legalidade dos ataques em águas estrangeiras ou internacionais, especialmente contra suspeitos que não foram interceptados ou interrogados.
Para a população, o desejo é por paz. Rhonda Williams, 38 anos, afirma: “Não precisamos de todos esses assassinatos e bombardeios, só precisamos de paz… e de Deus.”
Já o venezuelano Ali Ascanio, de 38 anos, residente em Trinidad e Tobago há oito anos, vê a chegada do destroyer como alarmante: “É um sinal de guerra, mas espero que a pressão americana faça Maduro sair logo.”
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