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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (30) que reduzirá as tarifas de importação sobre produtos chineses, após uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping, que resultou em um avanço significativo na redução das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
As importações provenientes da China passarão a ser taxadas em 47%, uma redução de dez pontos percentuais em relação ao nível anterior. Em contrapartida, Xi Jinping concordou em adiar por um ano as restrições à exportação de minerais de terras raras, insumos fundamentais para a produção de celulares, automóveis elétricos e aviões de combate.
“Diria que, em uma escala de 1 a 10, sendo 10 o melhor, a reunião foi um 12”, afirmou Trump a bordo do Air Force One, ao deixar a cidade de Busan, na Coreia do Sul. O presidente também confirmou que visitará a China em abril e que receberá Xi posteriormente em Washington ou Palm Beach, na Flórida.
Trump destacou ainda que a China encerrará as restrições à exportação de terras raras e voltará a comprar soja norte-americana, após meses de paralisação nas negociações agrícolas.
“Todo o tema das terras raras foi resolvido — e isso é importante não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo inteiro. Não há mais obstáculos nesse campo”, declarou o presidente.
Durante o encontro, os dois líderes também discutiram cooperação sobre a guerra na Ucrânia, embora o comércio de petróleo russo com a China não tenha sido abordado em profundidade. O tema Taiwan foi evitado por ambas as partes, em meio às preocupações de Taipé sobre possíveis concessões de Washington a Pequim.
Outro ponto abordado foi a crise do fentanil, potente opioide que tem causado uma epidemia de overdoses nos EUA. Como parte do acordo, Trump afirmou que os Estados Unidos reduzirão os impostos relacionados ao fentanil de 20% para 10%, em troca de um compromisso chinês de endurecer o combate ao tráfico da substância.
“Concordamos que eles trabalharão arduamente para interromper o fluxo”, disse o presidente.
A reunião, que durou uma hora e quarenta minutos, foi o primeiro encontro presencial entre Trump e Xi desde 2019. Ambos se comprometeram com uma “trégua comercial” e com o avanço das negociações em temas estratégicos.
Durante a abertura, Trump afirmou:
“Vamos ter uma reunião muito bem-sucedida. Ele é um negociador duro — o que não é necessariamente bom —, mas nos conhecemos bem e sempre tivemos uma grande relação.”
Xi Jinping, por sua vez, comparou a relação entre China e Estados Unidos a um “navio em alto-mar” que deve “manter o rumo correto” e ressaltou que as duas potências podem “assumir conjuntamente suas responsabilidades globais”.
“O mundo enfrenta muitos desafios difíceis. China e Estados Unidos podem trabalhar juntos para alcançar conquistas concretas para o bem de nossos países e de todo o planeta”, afirmou o líder chinês.
Segundo Xi, as equipes econômicas e comerciais chegaram a um consenso básico para lidar com as principais preocupações bilaterais.
O tom otimista da reunião em Busan contrastou com as tensões recentes entre os dois países, após Pequim propor novas restrições às exportações de terras raras e Trump ameaçar tarifas de até 100% e limites à venda de software norte-americano.
O encontro ocorreu à margem da Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), em Gyeongju, e encerrou a gira asiática de Trump, que também passou pela Coreia do Sul, Japão e países do Sudeste Asiático.
A delegação dos Estados Unidos incluiu o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o secretário de Comércio Howard Lutnick. Já a delegação chinesa, vinda de Pequim, contou com o ministro das Relações Exteriores Wang Yi, o ministro do Comércio Wang Wentao e o vice-primeiro-ministro He Lifeng.
(Com informações de AFP, EFE e Reuters)