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A gigante do fast-fashion Shein anunciou que proibiu a venda de bonecas sexuais com aparência infantil em sua plataforma, após uma grande repercussão na França. A empresa informou que aplicou “sanções rigorosas” aos vendedores envolvidos e se disse preparada para revelar os nomes de qualquer pessoa que tenha comprado os produtos.
A investigação foi iniciada depois que a unidade antifraude francesa denunciou, no sábado, que a Shein estava comercializando “bonecas sexuais com aparência infantil”. A imprensa local publicou fotos de uma das bonecas vendidas, acompanhada de legendas de teor sexual explícito. A boneca tinha cerca de 75 centímetros de altura e segurava um ursinho de pelúcia.
O porta-voz da Shein na França, Quentin Ruffat, afirmou:
“Seremos totalmente transparentes com as autoridades. Se nos pedirem, cumpriremos. Vamos implementar as salvaguardas necessárias para garantir que isso não aconteça novamente.”
Ruffat classificou o ocorrido como “grave, inaceitável e intolerável” e atribuiu a venda das bonecas a “uma falha interna nos nossos processos e governança”. Ele ressaltou que a empresa avaliou a situação e agiu rapidamente.
O Ministério Público de Paris abriu investigações contra a Shein, bem como contra os concorrentes online AliExpress, Temu e Wish, pela venda das bonecas sexuais. Segundo o órgão, as apurações são referentes à distribuição de “mensagens violentas, pornográficas ou impróprias, acessíveis a menores”.
A polêmica surge justamente quando a Shein planeja abrir sua primeira loja física no mundo, no prestigiado BHV, no centro de Paris. O jornal francês de esquerda Libération estampou na capa:
“Shein na França. Quem pode detê-la?”
Frederic Merlin, diretor da empresa proprietária do BHV, admitiu ter considerado cancelar a parceria com a Shein devido à repercussão.
“É desprezível, indecente, abjeto. É revoltante saber que esse tipo de produto pode ser vendido livremente na internet”, afirmou ao canal RTL.
No entanto, Merlin decidiu manter a parceria após avaliar a postura da Shein e sua disposição em cooperar com as autoridades francesas.
A alta comissária da França para a Infância, Sarah El Hairy, denunciou as bonecas, chamando-as de “objetos pedófilos que predadores infelizmente às vezes usam para praticar antes de abusar de crianças”. Ruffat afirmou que ele e “toda a marca Shein” compartilham das preocupações da comissária:
“Ficaremos felizes em discutir essas questões com ela, crimes pedófilos são graves demais para serem ignorados.”
O ministro das Finanças francês, Roland Lescure, alertou que a empresa poderia ser banida do mercado francês caso os produtos voltassem a ser vendidos online.
A Shein, com sede em Cingapura e fundada originalmente na China, já enfrentou críticas por condições de trabalho em suas fábricas e pelo impacto ambiental de seu modelo de negócios de moda ultrarrápida.

Pessoas com cartazes se reúnem em frente à loja da SHEIN para protestar contra sua inauguração.