O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse nesta segunda-feira (4) que a reconstrução de seu país devastado pela guerra é a “tarefa comum de todo o mundo democrático”. A declaração ocorreu durante apresentação de um plano de recuperação de US$ 750 bilhões, proposta por seu primeiro-ministro.
Denys Shmyhal, o primeiro-ministro ucraniano, disse que as perdas diretas de infraestrutura da Ucrânia somaram mais de US$ 100 bilhões, acrescentando mais de 1.200 instituições de ensino, 200 hospitais e milhares de quilômetros de gasodutos, redes de água e eletricidade, estradas e ferrovias foram destruídos ou danificados.
Falando por videoconferência em uma conferência de alto nível em Lugano, na Suíça, com a presença de muitos políticos ucranianos de alto escalão, Volodymyr Zelenskiy admitiu que a tarefa à frente era colossal, alegando que a guerra era uma batalha de perspectivas na qual a Rússia estava determinada a destruir o patrimônio físico e tecido moral.
Ele acrescentou que o processo de recuperação liderado por um conselho nacional de recuperação ucraniano permitiria que seu país aprofundasse seus laços com a Europa.
A dimensão da tarefa é tal que existe o perigo de os organismos multilaterais duplicarem as ofertas, bem como as tensões entre os planos elaborados pela própria Ucrânia e os elaborados por organismos como o Banco Europeu de Investimento. A disposição do setor privado de investir bilhões na Ucrânia dependerá da segurança do país e da capacidade da Ucrânia de resistir às garras dos oligarcas.
“A reconstrução da Ucrânia não é um projeto local, não é um projeto de uma nação, mas uma tarefa comum de todo o mundo democrático – todos os países, todos os países que podem dizer que são civilizados”, disse Zelenskyy a centenas de participantes em Lugano.
A secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, disse que tal recuperação exigiria uma espécie de “Plano Marshall” para a Ucrânia para ajudá-la a se reconstruir.
Tais ambições, disse Zelenskyy, exigirão construção, financiamento e segurança em larga escala “em todo o nosso país, que será forçado a continuar vivendo ao lado da Rússia”.
Atualmente, a Ucrânia tem 8 milhões de pessoas deslocadas internamente, 6 milhões forçadas no exterior, a maioria crianças, e 22.000 professores que não trabalham mais. Ela mostrou fotos de escolas e hospitais destruídos e disse que no mundo moderno isso não pode ser visto como uma guerra de outra pessoa.