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O Federal Reserve (Fed) anunciou nesta quarta-feira (18) seu primeiro corte de juros desde o início da pandemia de Covid-19, reduzindo a taxa de juros de referência em meio ponto percentual. A decisão visa mitigar uma desaceleração no mercado de trabalho.
Com a inflação e os números de emprego em declínio, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) decidiu cortar a taxa de empréstimos overnight em 0,5 ponto percentual, em linha com as expectativas do mercado. A última vez que o Fed fez um corte desse tamanho, fora de momentos de emergência, foi durante a crise financeira global de 2008.
A decisão reduziu a taxa de fundos federais para uma faixa entre 4,75% e 5%. Embora a taxa de referência afete os custos de empréstimos de curto prazo para os bancos, ela também tem impacto em produtos de consumo, como hipotecas, empréstimos de automóveis e cartões de crédito.
Além desse corte, o Fed indicou que poderá haver mais 0,5 ponto percentual de redução até o final do ano, de acordo com o “dot plot” que revela as expectativas dos membros do comitê. A projeção sugere que a taxa de juros de referência pode cair cerca de 2 pontos percentuais até o final de 2025.
“O Comitê está mais confiante de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2% e avalia que os riscos para suas metas de emprego e inflação estão equilibrados”, afirmou o comunicado oficial após a reunião.
A votação foi aprovada por 11 membros, com apenas a governadora Michelle Bowman defendendo um corte menor, de 0,25 ponto percentual.
A avaliação do FOMC sobre a economia indicou que os ganhos de empregos desaceleraram e a taxa de desemprego subiu levemente, mas ainda permanece baixa. A previsão de desemprego para este ano foi ajustada para 4,4%, enquanto a inflação projetada foi reduzida para 2,3%. No núcleo da inflação, a projeção caiu para 2,6%, um recuo em relação à previsão de junho.
Embora indicadores econômicos mostrem crescimento estável do Produto Interno Bruto (PIB), o Fed optou por reduzir os juros, mesmo com a inflação acima da meta de 2%. A taxa de inflação preferida pelo Fed está em torno de 2,5%, abaixo do pico recente, mas ainda elevada.
O presidente do Fed, Jerome Powell, e outros membros expressaram preocupações com o mercado de trabalho, destacando a desaceleração nas contratações. Em julho, Powell comentou que um corte de 0,5 ponto percentual não estava nos planos imediatos, mas a decisão de agora traz um alívio à discussão sobre a intensidade das ações da instituição.
A redução dos juros do Fed provavelmente influenciará outras instituições financeiras globais, como o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu, que já começaram a reduzir suas taxas de juros.
Mesmo com o corte, o Fed manteve seu programa de redução de títulos, conhecido como “aperto quantitativo”, o que diminuiu o balanço patrimonial da instituição para US$ 7,2 trilhões.