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O JPMorgan revisou suas preferências de investimentos na América Latina, elevando sua recomendação para as ações do México de “neutro” para “overweight” (exposição acima da média do mercado) e reduzindo a do Brasil, que passou de “overweight” para “neutra”. O movimento reflete a avaliação da equipe de estrategistas liderada por Emy Shayo, que destacou a decisão como uma forma de “dar o benefício da dúvida” ao México, enquanto mantém uma visão mais cautelosa sobre o Brasil.
Em relatório divulgado, o JPMorgan apontou que os mercados da América Latina enfrentaram um ano difícil, com o Brasil e o México registrando quedas significativas de 22% e 28%, respectivamente. No entanto, o banco destacou que o real e o peso mexicano caíram 17%, refletindo o clima de incerteza na região.
Mudança de Preferência: O México como Benefício Potencial
Para o JPMorgan, a preferência pelo México se baseia em três fatores principais. Primeiro, o cenário global tende a favorecer o México, com a correlação entre sua produção industrial e a economia dos Estados Unidos, o que ajuda a impulsionar o crescimento do país, especialmente por meio das remessas enviadas pelos consumidores americanos. Além disso, a equipe apontou que o México segue com um ciclo de corte de juros, enquanto o Brasil está elevando suas taxas para tentar controlar a inflação, o que impacta o crescimento econômico.
Apesar disso, o JPMorgan ressalta que o novo governo mexicano ainda precisa mostrar resultados concretos, especialmente no campo das reformas institucionais, que permanecem como o principal risco à frente. A equipe indicou que estará de olho nos desenvolvimentos políticos do país.
No caso do Brasil, os analistas do JPMorgan continuam com preocupações em relação à política fiscal e ao processo de estabilização da dívida pública. A expectativa é que as mudanças fiscais e o pacote de cortes de gastos, embora promissores, enfrentem dificuldades de aprovação no Congresso, especialmente devido à proximidade do fim do ano legislativo. Isso aumenta a possibilidade de que as medidas sejam diluídas ou até desidratadas, o que poderia comprometer a eficácia do plano.
Outro fator que preocupa os analistas do JPMorgan é o desempenho da economia global, especialmente a desaceleração do crescimento chinês. Como o Brasil é um grande exportador de commodities, a redução na demanda da China pode afetar negativamente os fluxos para o país. No entanto, o impacto de tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos à China pode ser mitigado, pois a China tem redirecionado suas compras de commodities para o Brasil.
Cenários Divergentes no Brasil e México
Em relação ao ciclo monetário, os analistas do JPMorgan preveem que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil aumente a taxa de juros para 13% até maio de 2025, enquanto o Banco Central do México deverá continuar com o ciclo de afrouxamento monetário, levando as taxas de juros para 9% no mesmo período. A equipe de estrategistas ressalta que, apesar das taxas mais altas no Brasil, o mercado de crédito no país é mais dinâmico do que no México, o que pode influenciar o desempenho das economias de maneira distinta.