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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta segunda-feira que a União Europeia ofereceu aos Estados Unidos uma proposta de tarifa zero recíproca para bens industriais, embora também esteja pronta para adotar contramedidas em resposta ao plano tarifário do presidente Donald Trump.
Von der Leyen reiterou que o bloco europeu está “disposto a negociar com os Estados Unidos” para chegar a um acordo sobre tarifas, mas, ao mesmo tempo, prepara ações para defender seus próprios interesses — incluindo medidas contra o desvio de fluxos comerciais.
“Oferecemos tarifas ‘zero por zero’ para bens industriais, como já fizemos com sucesso com muitos outros parceiros comerciais”, declarou a chefe do braço executivo da UE.
Segundo Von der Leyen, a proposta foi apresentada “reiteradamente”, mas, segundo ela, não gerou uma resposta adequada por parte dos americanos.
“A Europa está sempre disposta a um bom acordo. Por isso, mantemos nossa proposta na mesa. Mas também estamos preparadas para responder com contramedidas e defender nossos interesses”, afirmou.
Fontes da UE explicaram que a proposta de aplicar tarifas zero de forma recíproca aos bens industriais fez parte das negociações conduzidas pelo comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, com autoridades dos Estados Unidos — a última conversa ocorreu na semana passada.
Von der Leyen destacou que a UE também buscará se proteger dos efeitos indiretos das tarifas, como o desvio de comércio, e por isso criará um Grupo de Monitoramento de Importações, que irá analisar o histórico de entradas de produtos no bloco para detectar aumentos pontuais e agir se necessário.
Questionada sobre a possibilidade de utilizar o instrumento contra coerção econômica, aprovado em 2023 mas ainda não aplicado, Von der Leyen afirmou que “todas as ferramentas estão sobre a mesa” e que a escolha dependerá do andamento das negociações.
“Nossa preferência é por uma solução negociada”, reforçou Von der Leyen, que destacou que os maiores prejudicados pelas tarifas seriam os consumidores e empresas dos EUA, embora as medidas também teriam impacto global significativo, afetando principalmente países em desenvolvimento.
“É um ponto de inflexão para os Estados Unidos”, afirmou.
A presidente da Comissão Europeia destacou ainda que, além de manter o diálogo com os EUA e preparar eventuais represálias, a UE continuará investindo em diversificar e fortalecer suas relações comerciais globais.
“Vamos focar nos 83% do comércio global que está fora dos Estados Unidos”, afirmou Von der Leyen, citando como exemplos os acordos fechados recentemente com Mercosul, México e Suíça, além das negociações em curso com Índia, Tailândia, Malásia e Indonésia.
Durante o fim de semana, o bilionário Elon Musk, conselheiro do governo americano, afirmou em entrevista que esperava pela criação de uma zona de livre comércio entre Europa e EUA.
Diante dessa possibilidade, o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, respondeu que, se Musk tem algo a dizer, “deveria ir até o presidente e dizer: ‘Vamos dar fim a esse absurdo’”.
O italiano Antonio Tajani disse que seu “sonho” é um “mercado único transatlântico sem tarifas”, enquanto o francês Laurent Saint-Martin considerou as declarações de Musk “uma boa ideia”.
