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O novo acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), anunciado na última sexta-feira (6), traz perspectivas otimistas para a economia brasileira. Segundo projeções do governo federal, o pacto poderá gerar um incremento de R$ 94,2 bilhões no fluxo comercial com os países europeus, um crescimento de 5,1% em relação aos volumes atuais. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro também pode ser impactado positivamente, com um aumento estimado de R$ 37 bilhões, ou 0,34% na economia nacional.
Lula celebra acordo “moderno e equilibrado”
Durante a 65ª Cúpula do Mercosul, realizada no Uruguai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou as diferenças do atual texto em relação ao apresentado em 2019. Segundo Lula, o novo acordo preserva interesses estratégicos do Brasil, especialmente em áreas como saúde, agricultura familiar e ciência e tecnologia.
“Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, o que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas essenciais”, afirmou o presidente.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou o potencial transformador do pacto.
“Estamos falando de mais de 27 países da União Europeia, entre os mais ricos do mundo. Este acordo pode impulsionar nosso PIB, aumentar exportações, empregos, renda e ajudar a reduzir a inflação”, disse Alckmin.
Ele também destacou os setores mais beneficiados:
“As exportações para a União Europeia poderão crescer 6,7% na agricultura, 14,8% nos serviços e 26,6% na indústria de transformação”.
Impacto gradual e projeções até 2044
O impacto econômico será sentido de forma gradual, já que a redução das tarifas será implementada ao longo de décadas. Estima-se que até 2044 o Brasil registre um aumento de R$ 42,1 bilhões nas importações da UE e R$ 52,1 bilhões em exportações, além de um acréscimo de R$ 13 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, o que representa um crescimento de 0,76%.
Além disso, o acordo prevê benefícios como:
- Redução de 0,56% nos preços ao consumidor;
- Incremento de 0,42% nos salários reais.
Cotas e prazos de implementação
O pacto estabelece cotas para produtos agrícolas brasileiros, como carne suína, açúcar e etanol. Quantidades que excedam essas cotas estarão sujeitas a tarifas integrais na entrada ao mercado europeu.
Os prazos para eliminação de tarifas variam:
- Mercosul: de imediato a até 15 anos para a maioria dos produtos, com exceção do setor automotivo, que terá prazos de até 30 anos para veículos eletrificados e movidos a hidrogênio.
- UE: de 4 a 12 anos, dependendo do produto.
Etapas finais e desafios
Apesar do entusiasmo, ainda há processos burocráticos a serem concluídos. O texto do acordo precisa ser traduzido para os 24 idiomas oficiais da União Europeia e aprovado pelos parlamentos dos países-membros do bloco europeu. No Mercosul, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai também deverão ratificar o acordo em seus respectivos legislativos.
A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com um volume de comércio de cerca de US$ 92 bilhões em 2023, representando 16% das transações externas do país. Esse acordo é visto como um marco para fortalecer a integração comercial e atrair novos investimentos, consolidando o papel do Brasil no cenário global.