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Um relatório de 668 páginas da Polícia Federal (PF), obtido pela CNN Brasil, revela que o empresário Marcos Moura, membro do diretório nacional do União Brasil, mantinha contato direto com uma assessora do senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Marcos Moura foi preso na semana passada, sob acusação de liderar um esquema de fraude em licitações públicas. Alcolumbre, atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é também o principal nome para assumir a presidência do Senado a partir de 2025.
Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima é mencionada pela primeira vez na página 262 do relatório da Polícia Federal (PF) sob o nome de “Ana Paula Davi”. O documento relata que o empresário Alex Parente, um dos detidos na operação, encaminha o contato de Ana Paula para outro empresário preso, solicitando que ele entre em contato com a assessora do senador Davi Alcolumbre. O relatório da PF registra:
“Observa-se no chat, que após as mensagens acima, os interlocutores realizam chamadas de áudio e ALEX encaminha o contato de ANA PAULA DAVI e solicita que EVANDRO entre em contato com essa pessoa”, diz o documento.
Em seguida, o relatório esclarece: “Em consulta aos bancos de dados, verificou-se que ANA PAULA MAGALHÃES ALBUQUERQUE LIMA é servidora ativa do Senado Federal desde 21/03/2019”.
No site oficial do Senado, ela consta como servidora no gabinete de Davi Alcolumbre.
A seguir, é Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo”, quem repassa o contato de Ana Paula para Alex e Evandro. O relatório descreve:
“Após o trecho acima, às 16:12:38 do dia 29/12/2023, observa-se que MARCOS MOURA é quem encaminha originalmente o contato de ANA PAULA DAVI para ALEX e ALEX repassa esse contato imediatamente para EVANDRO, quando este informa que não seria possível realizar a transferência de Programa. Tendo em vista que ANA PAULA é servidora do legislativo federal, talvez ela fosse alguém com acesso aos trâmites e capaz de orientá-los para conseguir vincular uma proposta parlamentar ao programa do Ministério do Desenvolvimento e Integração Regional, inicialmente sugerido por MARCOS MOURA”, relata o documento na página 265.
O Ministério do Desenvolvimento e Integração Regional (MDIR), chefiado por Waldez Goes (PDT), ex-governador do Amapá e indicado ao cargo por Alcolumbre na cota do União Brasil, também é mencionado no relatório.
O documento ainda detalha que a proposta feita pelos empresários foi aprovada no Orçamento de 2024 para ser executada pela empresa deles, a Alpha, no município de Juazeiro (BA). No entanto, a Caixa Econômica Federal posteriormente reprovou a obra.