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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), afirmou nesta quinta-feira (1º) que a continuidade de Carlos Lupi (PDT) à frente do Ministério da Previdência Social dependerá da avaliação política do governo. A declaração foi feita durante o ato do Dia do Trabalho promovido por centrais sindicais na zona norte de São Paulo.
Envolvido em uma crise desde a revelação de um esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, Lupi tem sido alvo de questionamentos desde a operação deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União na última semana.
Segundo Marinho, uma eventual troca de comando na pasta não depende, necessariamente, da comprovação de ilegalidades.
“A condição política pode determinar a continuidade ou não (do ministro no cargo). O que o governo está fazendo é dar instrumento ao ministro Lupi, primeiro, mostrar capacidade de resolver os problemas. Hoje, tem um novo presidente do INSS, que é a instituição principal para solucionar esses problemas. Então o ministro tem em mãos todas as ferramentas para virar essa chave. Vai depender agora da funcionalidade, da velocidade dessas soluções”, afirmou.
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou uma intervenção no INSS e nomeou o procurador federal Gilberto Waller Júnior para comandar o órgão. Ele substitui Alessandro Stefanutto, aliado de Lupi, que deixou o cargo após ser afastado pela investigação.
Lula tem resistido à pressão por uma demissão de Lupi e busca destacar que o epicentro da crise está na gestão do INSS. Segundo a Polícia Federal, o esquema criminoso teve início ainda no governo de Jair Bolsonaro, em 2019.
Marinho reforçou essa versão ao falar com jornalistas:
“Esse fato começou em 2019, no governo anterior. Houve ali a criação de uma quadrilha para prejudicar os aposentados e pensionistas. À medida que se descobriu, o governo determinou a apuração rigorosa. Doa a quem doer, nós vamos até o fim da apuração e quem deve tem que pagar”, declarou.
Durante o ato do 1º de Maio, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, também comentou o caso.
“Quem tinha que ser preso, afastado ou demitido assim o foi”, disse em discurso. Mais tarde, em entrevista, reforçou que “até o presente momento” não há nada que “desabone” a conduta de Lupi.
Críticos ao ministro da Previdência apontam que ele teria demorado a agir diante de denúncias de irregularidades feitas ainda em 2023. Lupi, por sua vez, nega omissão e afirma ter determinado uma apuração interna, concluída neste ano.
“Ele (Lupi) ou qualquer outro ministro se cometer algum ato que não seja correto está sujeito a ser demitido pelo presidente da República. Reafirmo o que já foi dito pelos autos: não tem nenhum envolvimento do ministro. Portanto, ele tem condição de conduzir sua pasta fazendo as investigações internas que têm que ser feitas”, declarou Macêdo.
