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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (2), após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. A decisão ocorre em meio às investigações de um esquema de fraudes em descontos de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS, que culminou no afastamento e demissão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto.
Em comunicado divulgado em suas redes sociais, Lupi afirmou: “Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade. Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso que apuram possíveis irregularidades no INSS. Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula.”
O ex-ministro expressou sua esperança de que as investigações “sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador.” Ele também se comprometeu a continuar acompanhando e colaborando com o governo para garantir a devolução integral de qualquer recurso desviado.
Lupi agradeceu aos “mais de 20 mil servidores do INSS e do Ministério da Previdência Social, profissionais que aprendi a admirar ainda mais nestes pouco mais de dois anos à frente da Pasta. Homens e mulheres que sustentam, com dedicação, o maior programa social das Américas.”
A pressão sobre Lupi aumentou após a deflagração da Operação Sem Desconto, pela Polícia Federal (PF), que resultou no afastamento de Alessandro Stefanutto, presidente do INSS nomeado por Lupi e defendido por ele. A oposição tem buscado vincular o esquema de fraudes diretamente ao governo Lula.
Nos bastidores, lideranças do PDT já discutem possíveis substitutos para Lupi, com destaque para o secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz, e Guilherme Campelo, diretor de Licenciamento da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
Embora Lupi não seja investigado diretamente, as apurações sobre os descontos irregulares no INSS desgastaram sua imagem, já que o órgão está sob sua responsabilidade. O presidente Lula demitiu Stefanutto após a revelação do esquema.
A operação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, com valores que somam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. As investigações apontaram que os descontos eram feitos como se os beneficiários fossem membros de associações de aposentados, sem sua autorização. O governo suspendeu todos os acordos que permitiam esses descontos.
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cuja vice-presidência é ocupada por José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viu sua arrecadação proveniente de descontos em aposentadorias e pensões disparar 414% entre 2019 e 2024.
Eis a nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta sexta-feira, 2 de maio, o pedido de demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante audiência no Palácio do Planalto.
O presidente convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro.
A exoneração de Lupi e a nomeação de Wolney serão publicadas ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União.
