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A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na quinta-feira (22) o projeto de lei considerado prioritário pelo presidente Donald Trump, após um processo marcado por negociações intensas e concessões de última hora. A votação foi apertada: 215 votos a favor contra 214, com a oposição firme dos democratas.
O projeto, apelidado pelos republicanos de “One Big Beautiful Bill” (Um Grande e Belo Projeto de Lei), integra um pacote de mais de 1.000 páginas e é central na agenda do Partido Republicano. Agora, a proposta segue para o Senado, onde novas negociações devem ocorrer antes do recesso de 4 de julho.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, do Partido Republicano, afirmou que o projeto visa fortalecer a economia dos Estados Unidos. Por sua vez, o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, criticou o texto e destacou possíveis impactos negativos para programas sociais.
O pacote inclui a extensão de aproximadamente 4,5 trilhões de dólares em isenções fiscais implementadas durante o primeiro mandato de Trump, além de novas medidas fiscais propostas durante sua campanha de 2024, como a não tributação de gorjetas, horas extras e juros de financiamentos de automóveis.
Para compensar parte da perda de receita, o projeto propõe mudanças em programas como o Medicaid e os vales-alimentação (SNAP), incluindo a imposição de requisitos de trabalho para os beneficiários. Também há a redução de incentivos fiscais para energias renováveis previstos na Lei de Redução da Inflação, da administração Biden.
O texto ainda destina cerca de 350 bilhões de dólares em novos gastos, com destaque para 150 bilhões direcionados ao Pentágono, incluindo um sistema de defesa conhecido como “Cúpula Dourada”, além de investimentos em segurança fronteiriça e políticas de deportação.
Segundo a análise da Congressional Budget Office (CBO), agência independente, o projeto deve aumentar o déficit federal em 3,8 trilhões de dólares na próxima década, enquanto as mudanças em programas sociais podem reduzir gastos em 1 trilhão de dólares. Estima-se que 8,6 milhões de pessoas possam perder o acesso a cobertura médica, e 3 milhões, benefícios do SNAP mensalmente.
Durante o debate, grupos republicanos mostraram divergências internas, principalmente entre conservadores que exigiam cortes maiores e moderados preocupados com o impacto nas comunidades que representam.
Entre os ajustes finais, a votação contou com uma emenda que acelerou a aplicação dos requisitos de trabalho no Medicaid e reduziu créditos fiscais para projetos de energia limpa. Também foi criado um fundo de 12 bilhões para reembolsar estados que colaborarem com ações federais de segurança nas fronteiras.
Na votação, dois republicanos se posicionaram contra o projeto, e outros optaram por votar “presente” ou se abstiveram. Os democratas utilizaram recursos para tentar atrasar a aprovação, mas foram derrotados.
