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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira (27) que se sentiu “agredida” durante os embates na Comissão de Infraestrutura do Senado. O depoimento da ministra foi marcado por discussões acaloradas, especialmente com os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Plínio Valério (PSDB-AM).
“Me senti agredida por estar fazendo o meu trabalho. Eu fui chamada para mostrar tecnicamente que as unidades de conservação que estão sendo propostas lá para o estado do Amapá, que elas não afetam o empreendimento que está sendo licenciado”, afirmou a ministra a jornalistas ao deixar o Congresso.
As colocações se referem a uma série de embates com senadores, que tiveram como estopim um bate-boca com o senador Plínio Valério, que afirmou não respeitar Marina “como ministra” e se recusou a pedir desculpas pela colocação.
“Meu lugar é onde todas as mulheres devem estar”
O episódio, segundo Marina, pode ser visto como uma violência política de gênero. A ministra também marcou posição em não aceitar a forma de tratamento recebida.
“Existem aqueles que acham que podem colocar palavras na sua boca, dizer o que você fez ou o que você é […] Agora, o que não pode, é alguém achar que porque você, não é, é mulher, porque você é preta, porque você vem de uma trajetória de vida humilde, que você vai dizer quem eu sou e ainda dizer que eu devo ficar no meu lugar. O meu lugar é onde todas as mulheres devem estar”, disse.
Marina disse ainda que as colocações de Plínio Valério agravam posições indicadas pelo senador, que no passado, disse ter vontade de “enforcar” Marina. Ambas as situações estão sob análise da equipe jurídica da ministra.
Discussão sobre BR-319 e Licenciamento Ambiental
Antes mesmo de deixar a audiência, a ministra já havia se queixado, afirmando ter se sentido ofendida por falas do senador Omar Aziz (PSD-AM).
O senador também lembrou que o Senado votou e aprovou com ampla maioria na semana passada a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021). Ele defendeu a rapidez no andamento das atividades e empreendimentos, como a pavimentação da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho).
Para o senador, a pavimentação da BR-319 é essencial para as populações locais, que precisam ter melhores condições de vida e de prosperidade. Em clima tenso e com bate-boca, Omar Aziz afirmou que a ministra “está atrapalhando o desenvolvimento do país”.
“Se essa coisa [o PL] não andar, a senhora também terá responsabilidade do que nós estamos aprovando aqui. Pode ter certeza! Pela intransigência, a falta de vontade de dialogar, de negociar, de conversar e de agilizar, mas nós iremos agilizar”, disse Aziz.
A ministra respondeu que é posta como “bode expiatório” no caso da pavimentação da BR-319. Ela lembrou que, desde 2008, quando deixou o governo Luiz Inácio Lula da Silva, a obra não foi executada por qualquer governo. Marina Silva defendeu a governança sobre essa pavimentação, “com avaliação ambiental estratégica”, principalmente por haver aumento, segundo a ministra, de ações de desmatamento e de grilagem por conta da notícia da obra.
