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A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) tornou-se alvo de representações apresentadas por parlamentares da oposição nesta terça-feira (24), que pedem a investigação por possível ato de improbidade administrativa e quebra de decoro parlamentar. Segundo os oposicionistas, a congressista teria utilizado verba da Câmara para contratar dois maquiadores como secretários parlamentares.
A principal acusação parte do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), autor de uma das representações. Ele sustenta que Índy Cunha e Ronaldo Cesar Hass foram contratados exclusivamente para cuidar da aparência da parlamentar. Conforme o Portal da Transparência da Câmara, Hass recebe salário bruto de R$ 9.678,22 desde maio deste ano, enquanto Cunha ganha cerca de R$ 2,1 mil mensais.
“Lembra que a Érika Hilton mandou 1,5 milhão de reais de emenda para ONG dela? Pois é… esses R$ 22.500,00 mensais pro ‘assessor cabeleireiro’ é pouca coisa. Já pedi a cassação e a responsabilização por improbidade, mas no Brasil só a direita tem que explicar em 24 horas”, afirmou Bilynskyj nas redes sociais.
Outro opositor, o deputado Kim Kataguiri (União-SP), também ingressou com uma ação. “É impressionante: mudam os personagens, mas a história se repete. O discurso é de defesa dos mais pobres, mas, na prática, não se pensa duas vezes antes de meter a mão no seu bolso para satisfazer os caprichos mais imbecis”, declarou.
A representação entregue ao Ministério Público Federal argumenta que “a conduta da deputada Erika Hilton, ao nomear e manter em seu gabinete dois indivíduos cuja atuação se limita, de forma reiterada e pública, à prestação de serviços pessoais de natureza estética e promocional, desvirtua por completo o sentido constitucional e legal dos cargos comissionados de secretário parlamentar”. Segundo o documento, essa prática viola os princípios da legalidade e moralidade da administração pública, configurando possível ato de improbidade.
O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), afirmou que o grupo também acionou o Conselho de Ética. “O Congresso não pode se omitir diante do uso da máquina pública para fins particulares. Todo agente político deve responder com transparência e rigor diante de denúncias como esta. A população brasileira exige respeito com o dinheiro público e a devida responsabilização de quem o utiliza de forma indevida.”
O deputado Guto Zacarias (PL-SP) também se manifestou: “Nomear maquiadores para cargos pagos com dinheiro público, com a finalidade de atender a demandas pessoais, é uma afronta à moralidade administrativa e ao bom uso dos recursos do contribuinte.”
Em nota divulgada nas redes sociais, Érika Hilton negou as acusações e classificou a denúncia como uma “invenção”. Segundo ela, os dois assessores exercem funções parlamentares. “O que eu tenho são dois secretários parlamentares que, todos os dias, estão comigo e me assessoram em comissões e audiências, ajudam a fazer relatórios, preparam meus briefings, dialogam diretamente com a população e prestam um serviço incrível me acompanhando nas minhas agendas em São Paulo, em Brasília, nos interiores e no exterior”, declarou.
A deputada admitiu que conheceu Índy Cunha e Ronaldo Hass como maquiadores, mas ressaltou que eles desempenham outras funções. “Quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso. Mas se não fizessem, continuariam sendo meus secretários parlamentares”, disse. Para ela, “a velocidade com que espalharam essa mentira é desumana” e os ataques fazem parte de uma “perseguição” e uma “tentativa de desmonte generalizado de tudo que alguém faz e já fez”.
O caso ganhou repercussão após uma reportagem do portal Metrópoles revelar que os dois assessores vinham sendo apontados nas redes sociais como responsáveis pela maquiagem da deputada em eventos públicos.
