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A executiva nacional do União Brasil decidiu, nesta quarta-feira (8), afastar o ministro do Turismo, Celso Sabino, de todas as atividades partidárias. A medida foi aprovada durante reunião do partido e acompanha decisão semelhante tomada pelo Progressistas (PP) em relação ao ministro dos Esportes, André Fufuca, ambos integrantes de legendas que formam uma federação.
O afastamento de Sabino foi articulado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), e pelo presidente da sigla, Antônio Rueda, que reforçaram a posição de oposição da legenda ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O partido está no governo ou na oposição? Nós somos oposição ao governo”, declarou Caiado após o encontro.
Além do afastamento, foi aberto um processo de expulsão contra o ministro, que será analisado pelo Conselho de Ética do União Brasil no prazo de 60 dias. Até lá, Sabino segue filiado à legenda, mas sem poder de atuação interna.
Apesar da punição, o impacto político imediato é limitado: Sabino continuará à frente do Ministério do Turismo e poderá, futuramente, permanecer no partido ou buscar outra legenda para disputar cargos nas eleições de 2026.
O ministro classificou a decisão como “injusta” e afirmou que permanecerá no cargo a pedido do presidente Lula, destacando a importância da estabilidade administrativa diante da proximidade da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025. “Estamos a 30 dias da realização da COP30, a maior reunião diplomática do planeta. Não vejo como oportuno interromper o trabalho que vem sendo feito”, declarou.
A crise entre o União Brasil e o governo começou em setembro, quando a federação União Progressista (UP) — formada pelo União Brasil e pelo PP — anunciou o rompimento com a base governista e determinou que todos os filiados deixassem os cargos ocupados na Esplanada dos Ministérios. O descumprimento da ordem, segundo a direção, poderia resultar em punições disciplinares.
Com a decisão de hoje, Celso Sabino e André Fufuca tornam-se os primeiros ministros oficialmente afastados de suas legendas após desobedecerem à orientação partidária. O União Brasil e o PP, que juntos somam 109 deputados e 14 senadores, pretendem fortalecer sua atuação na oposição ao governo Lula e já preparam o terreno político para as eleições de 2026.
O governador Ronaldo Caiado afirmou que a permanência de Sabino no governo representa uma “deformidade da política nacional”, enquanto aliados de Sabino argumentam que o ministro tem mantido diálogo institucional com o Planalto apenas para garantir as entregas da pasta, especialmente as relacionadas à COP30.