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Em um discurso durante visita de Estado ao primeiro-ministro da Malásia, Anwar bin Ibrahim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou para enviar uma série de “recados” ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera de um encontro bilateral.
A declaração mais incisiva foi interpretada como uma crítica direta à ambição de Trump de ter recebido o Prêmio Nobel da Paz de $2025$.
“Para um governante, andar de cabeça erguida é mais importante que um Prêmio Nobel. Para um governante, cuidar das pessoas mais humildes é quase que uma obrigação bíblica. É um mandamento de Deus. Porque é para isso que a gente vem para governar”, declarou Lula.
A fala ocorreu após o encontro com Anwar Ibrahim, em um discurso em que o presidente brasileiro defendeu que governar exige fazer escolhas e ter compromisso com os mais pobres:
“Governar é decidir para quem você quer governar, de que lado você está, com quem você vai fazer relações. […] Cuidar das pessoas mais humildes é quase que uma obrigação bíblica. É um mandamento de Deus. Porque é para isso que a gente vem para governar”.
Trump, que alega merecer a honraria por ter encerrado supostos conflitos, viu a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de $2025$, a líder opositora venezuelana María Corina Machado, dedicar a condecoração a ele.
Críticas a Gaza e à ONU
Lula também retomou suas críticas à guerra na Faixa de Gaza, afirmando que a comunidade internacional “não pode continuar assistindo à morte de inocentes todos os dias”. Para o presidente, o conflito, somado à duração da guerra na Ucrânia e ao “massacre” na Palestina, expõe a ineficácia dos organismos multilaterais.
“As instituições multilaterais que foram criadas para tentar evitar que essas coisas acontecessem, pararam de existir. Hoje, o Conselho de Segurança da ONU e a ONU não funcionam mais,” afirmou.
O presidente brasileiro responsabilizou membros permanentes pelo problema:
“Todas as guerras acontecidas nos últimos tempos foram guerras determinadas por gente que faz parte do Conselho de Segurança da ONU. E que não consultou, e que não aprovou em nenhum fórum.”
Relações com a Malásia e COP da Verdade
Durante a visita de Estado, Brasil e Malásia assinaram sete atos de cooperação nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, semicondutores e tecnologia da informação.
Lula criticou o baixo fluxo comercial bilateral, que gira em torno de $\mathbf{US\$ 6}$ bilhões por ano. “Não é possível. Alguma coisa está errada, sabe, no nosso comportamento,” declarou. Ele defendeu que os dois países precisam fortalecer as relações:
“Nós precisamos da Malásia e a Malásia precisa do Brasil. E quem tem que cuidar disso somos nós.”
Por fim, ao tratar da crise climática, o presidente voltou a afirmar que a COP30, sediada em Belém (PA), “será a COP da verdade”, exigindo um posicionamento global:
“A gente vai ter que dizer se acredita ou não nas informações que a ciência está nos dando,” concluiu, lembrando que as populações pobres são as mais afetadas pelos desastres climáticos.