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Pesquisadores americanos revelaram resultados promissores que podem indicar uma nova forma de combater a doença de Alzheimer, ao descobrir que inalar xenônio pode melhorar a saúde cerebral e habilidades cognitivas. O estudo, conduzido por cientistas do Mass General Brigham e da Washington University School of Medicine, aponta que o xenônio, um gás inodoro e incolor, pode ter efeitos neuroprotetores significativos.
O xenônio é um gás extremamente caro, normalmente utilizado como propelente de foguetes ou anestésico. Recentemente, foi sugerido como uma possível ferramenta para ajudar alpinistas a escalarem o Monte Everest. No entanto, um estudo inovador agora explora seu potencial como tratamento para Alzheimer, uma doença que atualmente não tem cura.
Testes em Animais
O estudo começou com experimentos em camundongos, nos quais o gás xenônio foi administrado semanalmente. Após a inalação, os pesquisadores observaram uma redução significativa da inflamação cerebral e melhorias na saúde geral do cérebro dos animais. Além disso, os camundongos que receberam xenônio demonstraram habilidades cognitivas aprimoradas, como maior capacidade de construir ninhos, além de uma resposta mais forte das células imunológicas no cérebro.
Um dos pontos mais emocionantes do estudo foi a descoberta de que o xenônio teve um efeito protetor tanto em grupos de camundongos com acúmulo de proteínas amiloide quanto de tau no cérebro. Essas proteínas estão relacionadas ao desenvolvimento do Alzheimer, causando danos nas células cerebrais.
Potencial no Tratamento do Alzheimersaúde
O Alzheimer é a principal causa de demência, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. A doença é caracterizada pelo acúmulo tóxico das proteínas tau e amiloide no cérebro, o que prejudica a função das células cerebrais e leva à morte celular. O xenônio, devido à sua estrutura química, é capaz de atravessar facilmente a barreira hematoencefálica, um sistema natural que protege o cérebro, mas que também dificulta a chegada de medicamentos.
De acordo com Dr. Oleg Butovsky, um dos principais pesquisadores do estudo, essa descoberta é revolucionária: “Inalar um gás inerte pode ter um efeito neuroprotetor profundo”, afirmou. Ele acrescentou que o xenônio pode superar uma das principais limitações da pesquisa sobre Alzheimer: a dificuldade em criar medicamentos que atravessem a barreira hematoencefálica.
Próximos Passos
Os cientistas estão agora se preparando para iniciar um ensaio clínico em humanos no Brigham and Women’s Hospital, em Boston. A primeira fase do estudo será focada na segurança do xenônio e na determinação da dosagem ideal. Além disso, os pesquisadores continuarão a investigar os mecanismos exatos pelos quais o xenônio parece atuar no combate ao Alzheimer.
Dr. Howard Weiner, coautor do estudo, também destacou o potencial do xenônio para tratar outras condições neurológicas, como esclerose múltipla, que afeta a função dos nervos.
Impacto Global
A pesquisa ocorre em um momento crítico, considerando o impacto global do Alzheimer e de outras formas de demência. No Reino Unido, estima-se que o custo anual do Alzheimer seja de £42 bilhões, com um aumento significativo nos próximos anos devido ao envelhecimento da população. Nos Estados Unidos, cerca de 7 milhões de pessoas vivem com demência, e o Alzheimer afeta cerca de seis em cada dez casos.
Embora o xenônio seja um recurso caro e escasso, com preços elevados após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os pesquisadores estão explorando maneiras de reciclar o gás, o que poderia reduzir custos e aumentar a viabilidade de seu uso terapêutico.
A descoberta tem o potencial de revolucionar o tratamento de doenças neurológicas e, se os ensaios clínicos em humanos forem bem-sucedidos, pode abrir portas para novas abordagens terapêuticas para o Alzheimer e outras doenças cerebrais.
Fonte: Estudo publicado na Science Translational Medicine.
