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TERÇA-FEIRA, 28 de outubro de 2025 (HealthDay News) — Um aperto amigável no ombro, um abraço reconfortante ou andar de mãos dadas podem ser perigosos nas mãos erradas, revelaram os pesquisadores em um novo estudo. Pessoas manipuladoras e narcisistas são mais propensas a usar o toque de forma calculista para influenciar seus parceiros, conforme publicado na revista Current Psychology.
“O que é novo em nosso trabalho não é apenas identificar os usos problemáticos do toque, mas vincular esses comportamentos ao tipo de pessoa que tende a usá-los em um relacionamento romântico”, afirmou o pesquisador principal Richard Mattson, professor de psicologia da Universidade de Binghamton e da Universidade Estadual de Nova Iorque. “Não só não se obtêm os benefícios do toque nessas relações, mas o que é problemático é que eles são poderosos e podem ser usados em benefício próprio, em detrimento do parceiro”, acrescentou Mattson em um comunicado de imprensa.
Grande parte da pesquisa atual se concentra nos benefícios do toque: como ele pode acalmar a mente, reduzir o estresse e ativar a liberação de oxitocina, conhecida como “o hormônio do amor”. Porém, Mattson e sua equipe decidiram explorar uma perspectiva diferente. “É um tema quente na ciência das relações, mas adotamos um ponto de vista ligeiramente diferente, destacando que nem todas as formas de contato são bem-intencionadas, mesmo que na superfície pareçam ser”, explicou Mattson. “Investigamos o uso manipulador do toque junto com a preferência de um indivíduo em não ser tocado.”
O estudo focou em pessoas com traços de personalidade da “tríade sombria”: narcisismo, psicopatia e maquiavelismo, que são manipuladores e astutos. O time entrevistou mais de 500 estudantes universitários, fazendo perguntas sobre seu conforto geral em ser tocado e seu uso do contato com outros. Todos os participantes também realizaram um inventário de personalidade para avaliar suas tendências de “tríade sombria”.
Os resultados mostraram que aqueles com personalidades da “tríade sombria” eram mais propensos a usar o toque para manipular seus parceiros românticos. Homens tendiam a usar o toque para reforçar sua conexão com a parceira, especialmente se sentissem insegurança na relação. Mulheres com traços da “tríade sombria” não se sentiam confortáveis em ser tocadas, mas eram mais propensas a usar o toque como um meio de manipulação.
Pessoas com altos níveis de traços da “tríade sombria” tendem a ter relacionamentos românticos de curta duração, muitas vezes tensos, disse Mattson. “Presumimos que o fundamental desses traços é uma orientação de ‘eu primeiro, você depois’”, ele explicou. “E estávamos examinando como isso se manifesta em algo de importância crítica para as relações, que é como as pessoas orientam e trocam afeto por meio do toque.”
Essas descobertas podem, um dia, ajudar pessoas a superar tendências da “tríade sombria”, acrescentou Mattson. “O toque, por si só, poderia ser paliativo em situações onde alguém necessita de apoio, e sabemos que ele tem efeitos positivos na saúde, mesmo que a pessoa ache o contato físico aversivo”, comentou Mattson. “Potencialmente, podemos aplicar o toque nesses cenários para ter intervenções econômicas de primeira linha para aqueles que não aprenderam a usar o toque de forma saudável e recíproca e, em vez disso, o utilizam para controle ou autoproteção.”
Mais informações sobre as personalidades da “tríade sombria” podem ser encontradas na Clínica Cleveland.