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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta sexta-feira (21) o julgamento de uma ação contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por perseguição armada ao jornalista Luan Araújo, ocorrida em outubro de 2022. A parlamentar também é acusada de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
A denúncia foi aceita pelo ministro Gilmar Mendes, relator do caso, em outubro de 2023, e o processo foi liberado para julgamento no dia 11 deste mês. A sessão do STF será realizada em plenário virtual.
Carla Zambelli se declarou inocente e afirmou confiar na Justiça. “Confio plenamente na Justiça e acredito que, ao serem esclarecidos todos os fatos — especialmente a ocorrência de um disparo anterior ao momento em que fiz uso de minha arma, devidamente autorizada por porte federal —, ficará evidente minha inocência”, disse a deputada em nota.
O STF tornou Zambelli ré por 9 votos a 2. Os ministros Nunes Marques e André Mendonça foram os únicos a se posicionar contra a abertura do processo. Mendonça argumentou que o caso é de competência da Justiça de São Paulo e não possui relação com o mandato da deputada.
Na época do incidente, Zambelli alegou ter sido agredida pelo jornalista. “Quando ele me empurrou, eu caí, falei que ia chamar a polícia. Ele se evadiu, eu saquei a arma e fui correndo atrás dele, pedindo para ele parar porque eu ia chamar a polícia e dar flagrante. Ele pediu desculpa, falei que ele podia ir e aí ele começou a fazer de novo”, explicou a deputada.
Nunes Marques alegou que Zambelli foi ofendida pelo jornalista e agiu com a intenção de prendê-lo. A deputada publicou um vídeo nas redes sociais onde é possível ouvir um homem xingando e fazendo ameaças.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Zambelli por abuso do direito de uso da arma, considerando que ela sacou a pistola “fora dos limites da autorização de defesa pessoal” ao perseguir o jornalista. O caso ocorreu um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
