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Uma ação conjunta da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) desarticulou, nesta quarta-feira (9), um esquema criminoso de descarte ilegal de lixo comandado por traficantes no Parque Alegria, no Caju, Zona Norte do Rio. Batizada de Operação Expurgo, a ofensiva mira a atuação do Terceiro Comando na exploração clandestina de resíduos sólidos, prática que causou um prejuízo ambiental estimado em R$ 5 milhões. Um homem foi preso em flagrante.
A investigação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) revelou que a facção transformou o lixo em fonte de renda, cobrando de empresas pelo despejo de toneladas de dejetos em uma área próxima à Linha Vermelha e à Avenida Brasil. O objetivo dos criminosos era usar os resíduos para aterrar uma grande faixa de terra desocupada e assim expandir o território da comunidade em até três vezes.

Imagem: Fabiano Veneza / SEAS
O aterramento ilegal resultou em sérios danos ambientais, com a contaminação do lençol freático e a destruição de vegetação de mangue, segundo o laudo técnico do Inea. Além do crime ambiental, o caso expõe um novo modelo de financiamento do tráfico, baseado na cobrança de taxas para o descarte irregular de lixo por parte de empresas que buscavam reduzir custos.
Pelo menos dez empresas foram identificadas como participantes recorrentes do esquema. Entre elas está a Ciclus, concessionária responsável por um dos maiores centros de tratamento de resíduos do mundo e contratada pela Prefeitura do Rio. De acordo com a DPMA, funcionários da empresa desviaram maquinários e equipamentos para o uso em lixões clandestinos.
Em nota, a Ciclus afirmou que ainda não foi oficialmente notificada sobre a investigação, mas reforçou que conduz suas operações com base na ética e no cumprimento das leis. A empresa declarou ainda ter “total interesse na elucidação dos fatos” e se colocou à disposição das autoridades.
Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão. As diligências seguem para identificar outros envolvidos no esquema e responsabilizar os autores pelos crimes ambientais e pela associação ao tráfico.
