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O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de emergência em saúde animal por 60 dias após a confirmação de um foco de gripe aviária H5N1 em uma granja comercial no município de Montenegro, no Vale do Caí. Esta é a primeira ocorrência da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) registrada na avicultura comercial brasileira. Até então, os casos haviam se limitado a aves silvestres.
A medida, anunciada nesta sexta-feira (16), abrange 12 municípios da região — Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão — e autoriza o governo estadual a agilizar procedimentos administrativos e jurídicos. Com isso, será possível adquirir equipamentos, insumos e acessar recursos voltados ao controle da doença com maior rapidez.
O caso foi atendido pela Secretaria de Agricultura na última segunda-feira (12) em uma unidade de reprodução de aves. As amostras foram enviadas a um laboratório especializado em Campinas (SP), que confirmou o diagnóstico. Após a confirmação, a área afetada foi imediatamente isolada e todas as aves do local foram sacrificadas como medida de contenção.
Durante coletiva de imprensa, o governo estadual informou que uma investigação sanitária será conduzida em um raio de 10 quilômetros ao redor do foco para verificar possíveis novas contaminações. O Ministério da Agricultura, por sua vez, reforçou que o país mantém protocolos rigorosos de vigilância e que a situação está sob controle.
A confirmação do foco ocorre em um contexto global de disseminação do vírus H5N1, que desde 2006 circula com intensidade em países da Ásia, África e do Norte da Europa. A detecção do vírus em território brasileiro preocupa exportadores, já que países como China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile, México, Arábia Saudita, Japão e África do Sul são grandes compradores de carne de frango brasileira.
As autoridades reforçam que a gripe aviária não representa risco imediato à saúde da população, desde que não haja contato direto com aves contaminadas. O consumo de carne e ovos, desde que devidamente cozidos, continua seguro.
