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Uma história que mistura fé, alucinação e a imensidão da floresta amazônica. Magnilson da Silva Araújo, de 34 anos, caçador que estava desaparecido há mais de 50 dias em uma área de mata densa, foi encontrado vivo nesta quarta-feira, 29 de maio. Ele contou ao irmão que se perdeu após ter sido “encantado por uma entidade da floresta” que se dizia “mãe da mata”.
Magnilson sumiu em 7 de abril, durante uma caçada com dois outros comunitários na região do km 50 da rodovia AM-352, que liga Manacapuru a Novo Airão. Segundo os familiares, em dado momento da caçada, ele decidiu seguir sozinho por um caminho diferente e desde então não havia sido mais visto.
O autônomo Francisco da Silva Araújo, irmão de Magnilson, detalhou à imprensa local a versão do caçador: “Ele só falou que estava encantado. Tinha uma mulher que chamava, e ele saiu buscando essa mulher que levava ele e dizia que era a ‘mãe da mata’. Ele estava atordoado, andava, andava e voltava para o mesmo lugar. Tentou se matar, mas não tinha mais cartuchos. Então ele orou e disse que Deus o guiou até a casa de uma pessoa evangélica, onde foi encontrado”.
Durante os mais de 50 dias na mata, Magnilson relatou ter se alimentado de frutas e animais. Ele estava com uma espingarda, mas sem munição. O caçador também teve episódios de alucinação e, à noite, subia em árvores para se proteger de predadores como onças.
Equipes do Corpo de Bombeiros de Novo Airão e Manaus chegaram a atuar nas buscas por mais de dez dias, utilizando cães farejadores, mas nenhuma pista havia sido encontrada. Familiares e moradores da região também participaram ativamente da procura.
Nesta quarta-feira, Magnilson conseguiu encontrar um sítio e pediu ajuda. A família que o acolheu fez uma publicação nas redes sociais, e foi por meio dela que seus parentes souberam que ele estava vivo. O reencontro foi marcado por grande emoção. Uma familiar gravou um vídeo expressando a gratidão pelo apoio e orações: “Ele tá aqui! Obrigada por todo apoio e oração. Deus botou a mão na vida dele e ele está vivo até hoje”.
O local onde Magnilson desapareceu é uma área de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Apesar de estar bem, o caçador permanece internado para cuidados médicos e avaliação de seu estado de saúde.
