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A defesa de Paulo Cupertino entrou com recurso, nesta quinta-feira (5), contra a decisão do júri popular que o condenou a 98 anos de prisão pelo assassinato do ator Rafael Miguel, conhecido por seu papel na novela Chiquititas, e dos pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma da Silva. O triplo homicídio ocorreu em junho de 2019, na zona sul de São Paulo.
O recurso foi apresentado ao juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, responsável por proferir a sentença no último dia 30. Agora, o pedido será encaminhado ao Tribunal de Justiça de São Paulo, onde um desembargador deverá analisar o caso conforme prevê o Código de Processo Penal.
Durante o julgamento, a advogada de defesa, Mirian Souza, alegou cerceamento de defesa e questionou a cadeia de custódia das provas. Procurada, ela informou que as razões do recurso serão detalhadas diretamente ao TJ-SP e que está trabalhando nas teses que sustentarão o pedido, sem divulgar mais informações por enquanto.
A condenação de Cupertino foi decidida por um júri formado por sete pessoas — quatro homens e três mulheres — após dois dias de julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital.
Cupertino foi considerado culpado por triplo homicídio duplamente qualificado. Segundo a acusação do Ministério Público, ele não aceitava o relacionamento da filha, Isabela Tibcherani, com o ator, e atirou mais de 13 vezes contra as vítimas. A jovem tinha 18 anos na época do crime.
Após o assassinato, Cupertino ficou foragido por quase três anos. Durante esse período, passou por ao menos cem endereços em três países — Brasil, Paraguai e Argentina — e chegou a ser incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. Ele foi capturado apenas em 2022, ao ser encontrado disfarçado em um hotel na zona sul de São Paulo.
