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Um novo estudo publicado no Journal of Social and Personal Relationships revela um problema recorrente e ainda pouco enfrentado nas relações heterossexuais: a desigualdade na busca pelo orgasmo. A pesquisa, conduzida pela doutoranda Carly Wolfer, da City University of New York, analisou 566 encontros sexuais de 127 participantes, com idades entre 18 e 40 anos, ao longo de três semanas. Os resultados apontam para uma disparidade significativa entre homens e mulheres: enquanto eles chegam ao orgasmo em 90% dos encontros, elas alcançam o clímax em apenas 54% das ocasiões.
O estudo identificou o que os pesquisadores chamam de Lacuna na Busca pelo Orgasmo (Orgasm Pursuit Gap, ou OPG). A expressão descreve o desequilíbrio de esforços investidos por homens e mulheres para que ambos tenham prazer. Segundo Wolfer, o problema não está na capacidade feminina de atingir o orgasmo, mas na menor dedicação a práticas que estimulem o prazer da mulher — como a estimulação clitoriana.
De acordo com o levantamento, tanto homens quanto mulheres priorizam o orgasmo masculino durante o sexo, o que contribui para a desigualdade. Além da frequência, a satisfação também é maior entre os homens. “O OPG se refere a quanto alguém deseja que o orgasmo aconteça — seja o seu próprio ou o do parceiro — e quanto esforço coloca para que isso ocorra”, explicou Wolfer à HuffPost.
Outros estudos reforçam o cenário de insatisfação sexual entre mulheres. Uma pesquisa da fabricante de brinquedos sexuais We-Vibe apontou que apenas 40% das mulheres estão satisfeitas com a frequência de relações sexuais. Outro levantamento, realizado na Austrália, revelou que apenas uma em cada quatro mulheres se masturba regularmente, enquanto entre os homens a taxa chega a 72%. Segundo os dados da We-Vibe, 62% das mulheres não possuem nenhum brinquedo sexual.
Os resultados chamam atenção para uma questão cultural e comportamental ainda pouco debatida: a disparidade de atenção ao prazer feminino. Para os pesquisadores, mudar esse quadro exige maior equidade no investimento emocional e prático durante o sexo — e um esforço mútuo por experiências mais satisfatórias para todos os envolvidos.
